Brasília, 24 mar (EFE).- Representantes do Governo brasileiro
devem se reunir amanhã com uma delegação da Argentina para tentar
minimizar as tensões no comércio bilateral, atribuídas a medidas que
ambos os países aplicaram para se proteger da crise financeira
global.
As discussões, que se estederão até sexta-feira, darão
continuidade às conversas mantidas em fevereiro em Buenos Aires.
As últimas divergências na área entre Brasil e Argentina decorrem
da série de restrições que os argentinos impuseram a vários produtos
brasileiros, que responderam com medidas similares.
As restrições atrasaram em até dois meses a entrada de produtos
do Brasil na Argentina, o que gerou queixas, sobretudo das
indústrias brasileiras. Para o Itamaraty, as imposições geram
"distorções" que impedem uma maior recuperação do fluxo comercial.
Segundo fontes oficiais, o secretário de Indústria argentino,
Eduardo Bianchi, deve se encontrar com o secretário de Comércio
Exterior, Walter Barral.
As conversas também devem contar com a presença do embaixador do
Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, que afirmou nesta terça-feira,
após uma reunião com empresários paulistas, que o "desejo" de
reduzir as restrições é "partilhado" pelos dois países.
Além de buscar uma solução para a crise, os funcionários
analisarão a evolução do comércio bilateral nos últimos meses, um
período no qual, segundo dados do Governo, houve uma grande
recuperação após a queda registrada ano passado.
Em fevereiro, o Brasil exportou US$ 1,158 bilhão em produtos para
a Argentina, o que supõe uma melhora de 66% em relação ao mesmo
período de 2009.
Em sentido inverso, as exportações da Argentina para o Brasil em
fevereiro totalizaram US$ 999 milhões, 50% a mais que em fevereiro
do ano passado. EFE