Bogotá, 4 ago (EFE).- O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) recomendou aos Governos do Brasil e da Colômbia que eliminem os obstáculos dos custos da logística no intercâmbio comercial.
A sugestão é uma das várias apresentadas em um relatório sobre comércio e integração entre o Brasil e a Colômbia que o BID divulgou nesta quinta-feira em Bogotá, por ocasião de um fórum sobre investimento entre ambos os países promovido pela instituição econômica.
A reunião, de um dia, foi inaugurada pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o ex-governante Luiz Inácio Lula da Silva e reuniu autoridades econômicas e líderes empresariais.
Segundo o estudo, que foi elaborado por economistas e consultores do setor de Integração e Comércio do BID, "os fretes superam as tarifas em todas as categorias de bens e em ambas as direções do comércio bilateral, particularmente nas exportações da Colômbia ao Brasil".
Os especialistas ressaltam que uma comparação entre os fretes de exportação da Colômbia ao Brasil e os do Canadá ao Brasil "permite observar como a logística não só é um obstáculo maior que as tarifas, mas também mostra que é possível reduzir esses custos".
Em 2010, as despesas com frete representaram 33,5% do valor final das exportações colombianas ao Brasil, enquanto os mesmos alcançaram 32% nas exportações canadenses a esse país sul-americano.
Tudo isso, apesar de o "Canadá estar a mais do que o dobro da distância entre o Brasil e a Colômbia", segundo o relatório, que calcula em 4.157 quilômetros a distância média entre os principais centros populacionais dos dois países sul-americanos.
Os especialistas também advertem que "chama a atenção o fato de o comércio entre o Brasil e a Colômbia raramente cruzar a fronteira comum (que é de 1.950 quilômetros), pois as pessoas costumam preferir estradas mais distantes".
No ano passado, 98% das exportações da Colômbia ao Brasil foram feitas via marítima e 1,9 % via aérea.
Enquanto que 73 % das do Brasil à Colômbia foram transportadas por mar e 19,7% por ar.
O estudo mostra que "no caso, por exemplo, das exportações da Argentina ao Brasil, 45% dos envios cruzam a fronteira por caminhão".
Os especialistas acreditam que o desafio de baixar os custos de logística exige um "compromisso real" de ambas as partes para revisar detalhadamente os processos do comércio bilateral e de formular uma agenda que inclua novos investimentos em infraestruturas, em melhorias na regulação bilateral dos serviços de transporte e em redução de custos e espera em alfândegas.
O intercâmbio comercial entre os países sul-americanos quadruplicou desde 2004, até chegar a US$ 3 bilhões em 2010, com um déficit para a Colômbia de US$ 1,1 bilhão. EFE