São Paulo, 10 mai (EFE).- O Governo brasileiro expressou nesta terça-feira sua "preocupação" com a proposta de mudanças no Sistema Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, que pretende excluir o Brasil e outras nações emergentes de grande porte comercial, como a China.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro indicou em comunicado que a iniciativa pode levar a uma "concentração significativa de bens primários" nas exportações do Brasil rumo à Europa.
A Comissão Europeia propôs limitar seu SGP aos países em desenvolvimento que necessitem de mais ajuda para se posicionar no mercado mundial, excluindo as grandes economias emergentes que já tenham conseguido ser mais competitivas em nível global, qualificadas pelo Banco Mundial como de renda "alta" e "média-alta".
O comissário de Comércio europeu, Karel De Gucht, apresentou uma revisão geral do SGP, cuja principal novidade seria reduzir o atual número de beneficiados - 176 - a mais da metade.
A Chancelaria brasileira apontou que, além de contribuir para a geração de empregos, "as preferências do SGP são relevantes para os investimentos europeus no Brasil em diferentes setores", enquanto a participação brasileira "assegura diversidade de fontes de fornecimento para a UE".
"A eventual exclusão do Brasil poderá levar a um aumento de custos para produtores e consumidores europeus", apontou a nota, que adverte também que o Governo brasileiro "continuará analisando as implicações econômicas, comerciais e jurídicas da proposta e seguirá em contato com as autoridades europeias".
A Comissão Europeia espera que o novo SGP entre em vigor em janeiro de 2014, quando se saberá definitivamente quais países seguirão beneficiando-se das preferências.
Sob o novo esquema, a Comissão Europeia calcula que as importações procedentes dos países beneficiados chegariam a 37,7 bilhões de euros. EFE