Bruxelas, 11 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido,
Gordon Brown, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disseram hoje
que está aumentando o apoio internacional a suas propostas de impor
um imposto especial de até 50% às gratificações aos banqueiros e de
taxar as transferências internacionais ("taxa Tobin").
Brown e Sarkozy se referiam precisamente à decisão da França de
se juntar à iniciativa lançada na quarta-feira por Londres, de
aplicar um imposto de 50% às gratificações de mais de 27,5 mil euros
que forem pagas aos diretores dos bancos.
Também aludiam ao encargo sobre as transações financeiras que a
UE quer impulsionar em todo o mundo, segundo a minuta de conclusões
da cúpula.
"Estamos em um mundo globalizado e, em consequência, decidimos
nos unir neste assunto. Acho que, para Gordon Brown, era muito
difícil explicar que tomaria esta medida sozinho, e para mim também
teria sido muito difícil explicar que seria o único a tomar esta
decisão", disse Sarkozy.
"Fazemos isso juntos e agora escuto declarações de vários chefes
de Estado que vão se unir. Portanto, mais uma vez, França e Reino
Unido mostram que estão à frente da mudança neste assunto",
acrescentou.
Sarkozy fez estas declarações em entrevista coletiva que ofereceu
de maneira conjunta com Brown durante a cúpula de líderes da UE em
Bruxelas, na qual buscavam oferecer uma imagem de unidade e de
liderança nas políticas destinadas a equilibrar a relação entre
bancos e sociedade.
No entanto, Brown quis mandar uma mensagem de tranquilidade ao
setor financeiro, que não escondeu seu nervosismo com a provável
adoção de um encargo sobre todas as transações internacionais, após
a introdução desta possibilidade na última minuta de conclusões da
cúpula.
"Londres é um dos centros financeiros mais importantes do mundo,
talvez o mais importante. Mas uma taxa global não será introduzida a
não ser que todos os centros financeiros do mundo possam se unir",
segundo o primeiro-ministro do Reino Unido. EFE