Investing.com - O dólar recuou frente a uma carteira de outras moedas importantes nesta terça, com o euro avançando após o principal consultor comercial do Presidente Donald Trump acusar a Alemanha de exploração de moeda.
Peter Navarro, o chefe do novo Conselho Nacional de Comércio de Trump, afirmou que a Alemanha está usando um euro "absurdamente subvalorizado" para explorar os EUA e seus parceiros comerciais.
O par EUR/USD avançou 0,86%, a 1,0785, frente a 1,0703 antes da fala.
A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou a declaração, afirmando que a Alemanha não tem capacidade para influenciar o euro e que o país sempre apoiou um Banco Central Europeu com uma política independente.
O dólar sofreu ainda mais pressão de venda após Trump, em uma reunião com diretores executivos de diversas farmacêuticas, afirmou que as empresas do setor terceirizaram a produção graças a desvalorização de moedas por outros países.
As declarações indicaram que a nova administração vem focando na área cambial como parte da abordagem nas relações comerciais.
O índice dólar americano, que mede a força da moeda frente a uma carteira ponderada das seis principais moedas do mercado, apresentou queda de 0,9%, cotado a 99,53, o nível mais baixo desde 8 de dezembro.
Os investidores continuaram cautelosos após a controversa proibição de viagem de decretada por Trump, o que causou protestos em larga escala nos EUA e resultou na demissão da procuradora geral Sally Yates, nesta segunda, após ela ordenar que os advogados do Ministério da Justiça não defendessem a ordem.
O dólar atingiu a mínima de nove semanas frente ao iene, que é considerado um ativo seguro, com o par USD/JPY recuando 1,28%, a 112,3.
O iene não mostrou muita reação à decisão do Banco do Japão pela manutenção da política monetária.
O BoJ aumentou sua previsão de crescimento de 1,0% para 1,4% para o ano fiscal que termina em março.
A libra também avançou em relação ao dólar, com o par GBP/USD registrando alta de 0,46%, a 1,2540, mas os ganhos foram freados no aguardo pela reunião do Banco da Inglaterra, que acontece nesta quinta.
O BoE deve revisar sua avaliação sobre inflação e crescimento, mas as incertezas quanto ao Brexit devem embaçar o panorama.