Bangcoc, 3 ago (EFE).- Cerca de 15 mil munições procedentes de bombas de fragmentação lançadas pela Tailândia em território cambojano durante o conflito na fronteira entre os dois países ocorrido no início deste ano permanecem intactas, alerta a Coalizão Contra as Munições de Fragmentação (CMC, na sigla em inglês).
As munições do tipo M42, M46 e M85 foram encontradas pela equipe de artífices do Exército cambojano em cerca de 150 metros quadrados a 20 quilômetros de Preah Vihear, um templo hindu localizado na fronteira entre os países.
Entre fevereiro e maio deste ano, uma escalada de tensões foi registrada entre a Tailândia e o Camboja por conta deste complexo histórico, cuja soberania é disputada por seus governos. O conflito causou 18 mortes e obrigou dezenas de milhares de pessoas a se deslocar.
A maioria das bombas ainda está com sua carga explosiva intacta, o que dificulta a desativação, indicou o diretor do Cambodian Mine Action Centre, Heng Ratana, ao jornal "Phnom Penh Post".
"Os artífices ainda não podem retirar as bombas porque a situação da área é muito perigosa, só podemos colocar sinais de advertência", afirmou Ratana.
A CMC também fez um apelo a ambos os governos para que solucionem o conflito e passem a aderir ao convênio internacional que proíbe a utilização deste tipo de arma.
O porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Chhum Socheat, disse nesta terça-feira que seu país estudará assinar o convênio em um futuro próximo, mas antes "revisará o conteúdo" do tratado.
O conflito em torno de Preah Vihear foi retomado em 2008, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou o templo Patrimônio da Humanidade. A Tailândia admite a soberania do Camboja sobre o complexo, mas reivindica 4,6 quilômetros de sua área localizados na fronteira. EFE