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Raízen mantém projeção de Ebitda apesar de menores vendas de açúcar

Publicado 14.08.2014, 13:25
Raízen mantém projeção de Ebitda apesar de menores vendas de açúcar
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen Energia, divisão de açúcar, etanol e cogeração da Cosan, manteve sua projeção de crescimento da geração de caixa (Ebitda) em 2014 apesar de uma expectativa de menores volumes vendidos de açúcar, graças a uma precificação do produto a valores superiores aos obtidos no ano passado.

A companhia, maior produtora individual de açúcar do mundo, reduziu a expectativa de moagem de cana na temporada 2014 e também cortou projeções dos volumes de vendas dos produtos, em função da seca que afetou as regiões produtoras do centro-sul, disse a companhia nesta quinta-feira.

"Não estamos revendo o Ebitda, mantivemos o Ebitda, uma vez que nós acreditamos que melhorias operacionais... entre outros fatores deverão compensar o menor volume de cana moído", afirmou o vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Cosan, Marcelo Martins, em conferência com analistas para comentar os resultados da companhia no segundo trimestre.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Raízen Energia foi mantido entre 2,3 bilhões e 2,7 bilhões de reais, contra 2,1 bilhões de reais no ano passado.

"Estamos precificados um pouco acima da safra passada... o que faz inclusive que, apesar do volume menor de moagem, não tenhamos de rever o Ebitda", destacou o diretor-presidente da Cosan, Marcos Lutz, na mesma teleconferência.

A comercialização de açúcar neste ano é estimada agora entre 4,2 milhões e 4,5 milhões de toneladas, contra 4,4 milhões a 4,7 milhões de toneladas no ano na projeção anterior. Em 2013, a empresa vendeu 4,47 milhões de toneladas.

A Cosan disse que o volume de vendas de açúcar, com operações travadas com hedge na safra 2014/15 até o fim do último trimestre, atingiu pouco mais de 2,3 milhões de toneladas, a um preço médio de 18,23 dólares por libra-peso.

Para esta época do ano, a companhia normalmente já tem hedge para 65 por cento do total a ser comercializado, uma situação mantida nesta safra, de acordo com a política da empresa. "Tenho 35 por cento da minha produção (ainda) exposta às variações das commodities", acrescentou Lutz.

NOVA SAFRA MAIOR QUE A ATUAL

O volume de cana a ser processada até o final desta temporada foi previsto pela empresa entre 58 milhões e 60 milhões de toneladas, ante 61-63 milhões na projeção anterior e contra 61,4 milhões de toneladas processados em 2013 --o volume moído pela Raízen equivale a cerca de 10 por cento da safra do centro-sul do país.

A Raízen Energia, que opera 24 usinas com capacidade de moagem total de 65,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano safra, revisou também o total de etanol a ser comercializado em 2014 para 2 bilhões a 2,2 bilhões de litros, contra 2,3 bilhões e 2,6 bilhões de litros anteriormente, ante 2,475 bilhões de litros em 2013.

Para a próxima temporada, no entanto, o diretor-presidente praticamente descartou a possibilidade de uma safra tão ruim quanto a atual.

Lutz destacou que, em função de a moagem estar bem adiantada na atual safra, a cana da próxima temporada terá mais tempo para se desenvolver.

"Isso significa que a cana vai começar a crescer mais cedo... a gente consegue imaginar uma safra melhor (em 2015/16) em alguns aspectos, não devermos ter uma entressafra tão seca, seria pouco provável duas entressafras tão secas", declarou.

Ele afirmou que é "cedo" para que se tenha projeções sobre a próxima safra, mas admitiu que a moagem deverá ser maior em 15/16.

Segundo Lutz, é provável que no próximo ano o mercado global de açúcar tenha menos superávit e eventualmente um déficit, com perspectivas de melhores preços de etanol e açúcar, mas é preciso acompanhar como serão as safras de Brasil, Índia e Tailândia, os grandes produtores mundiais.

A Cosan teve lucro líquido de 104,1 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de 201,5 milhões de reais na mesma etapa de 2013, quando o câmbio impactou fortemente os resultados da empresa.

As ações operavam em baixa por volta das 13h20, enquanto o Ibovespa subia 0,19 por cento.

(Por Roberto Samora; edição de Gustavo Bonato e Fabíola Gomes)

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