Chile emitirá neste ano US$ 1,5 bi em dívida para reconstrução

Publicado 23.04.2010, 15:19

Nova York, 23 abr (EFE).- O Governo do Chile anunciou hoje que lançará neste ano dois bônus globais de dívida por um total de US$ 1,5 bilhão, um deles em pesos, algo nunca feito na história do país, para financiar à reconstrução dos danos causados pelo terremoto de 27 de fevereiro.

"Iremos aos mercados internacionais de capital pela primeira vez desde 2004 para conseguir US$ 1,5 bilhão", afirmou hoje o ministro chileno de Fazenda, Felipe Larraín, em entrevista coletiva em Nova York.

O ministro disse que o Governo de Sebastián Piñera procura aumentar seus recursos para financiar a reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto de 8,8 graus de fevereiro.

Além disso, servirá para custear o plano de investimentos desenhado pelo Executivo chileno, segundo explicou Larraín, que está em Nova York para apresentar a operação aos analistas e financeiros reunidos em uma reunião de trabalho no Conselho das Américas.

"A República do Chile esteve ausente dos mercados de dívida internacionais desde 2004", disse Larraín para ressaltar a importância desta iniciativa, a qual não precisou prazos, mas insistiu que será realizada neste ano e afirmou que já receberam ofertas.

Atualmente, as autoridades chilenas trabalham na contratação do banco que será encarregado de emitir os dois bônus. Em breve, o país fará o registro da operação diante da comissão que regula a Bolsa de Valores do Chile,

Um deles, no valor de US$ 1 bilhão, será emitido na moeda americana com um prazo de dez anos. O outro também terá vencimento para dez anos, mas seu valor será de US$ 500 milhões e será em pesos chilenos.

"Esta será a primeira emissão de um bônus global em pesos na história do Chile", anunciou o ministro, quem explicou que a decisão de fazê-lo assim diz respeito ao interesse de seu Governo de fomentar internacionalização a divisa chilena.

A operação anunciada hoje representa uma mudança da estratégia por parte do maior fabricante mundial de cobre na hora de buscar recursos no mercado de capitais, onde a dívida chilena é a melhor avaliada da América Latina por parte das agências de classificação.

Durante a entrevista coletiva, Larraín mostrou confiança no êxito desta operação e destacou que seu país já é um credor líquido e sua dívida atualmente não supera 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Esperamos conseguir boas condições com estes bônus", afirmou o ministro da Fazenda.

O Chile receberá entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões por apólices de seguro contratadas no exterior como compensação pelos destroços do sismo, segundo a maior associação de bancos do mundo.

Em um relatório divulgado na semana passada, o Instituto de Finanças Internacionais apontou que o Governo chileno repatriará entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão do Fundo de Estabilização Econômica e Social (FEES), que no fechamento de 2009 contava com mais de US$ 11 bilhões, uma quantia economizada com os lucros das exportações de cobre.

Segundo o Governo chileno, o custo do terremoto e do maremoto chegará aos US$ 29,7 bilhões, o que equivale a 18% do PIB. Para reconstruir o país será necessário fazer financiamentos no valor de US$ 9,3 bilhões entre os anos de 2010 e 2013. EFE

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