Copenhague, 12 dez (EFE).- A China chamou hoje de "bom primeiro
passo" a decisão da União Europeia (UE) de destinar 2,4 bilhões de
euros por ano ao combate aos efeitos da mudança climática nos países
pobres.
"Independentemente do número em si, comemoramos que se tenha
tomado uma decisão a respeito do financiamento no curto prazo. Como
primeiro passo, é positivo", afirmou em entrevista coletiva o chefe
da delegação chinesa na Cúpula da ONU sobre a Mudança Climática
(COP15), Su Wei.
Su expressou seu desejo de que os países industrializados
apresentem "em breve" números de financiamento no longo prazo para a
adaptação das nações em desenvolvimento ao aquecimento global.
Para o chefe da delegação chinesa, os protestos registrados hoje
em Copenhague e que terminaram com a detenção de 400 pessoas
"demonstram a preocupação" popular com a mudança climática e as
resoluções da cúpula.
No entanto, acrescentou que esses atos também "restringem a
liberdade de outras pessoas" e "perturbam as negociações" dos 192
países reunidos em Copenhague.
Depois da apresentação de dois documentos de trabalho, Su disse
ter "esperança" de que as negociações levem a resultados e de que a
cúpula de Copenhague, que termina na próxima sexta-feira, "seja um
sucesso".
"A minuta demonstra que estamos avançando e fazendo progressos,
embora ainda haja muitos aspectos que podem ser melhorados. Em
geral, é uma base sólida para trabalhar", apontou.
No entanto, Su não ousou destoar da postura oficial de Pequim
apesar de Estados Unidos e Europa reivindicarem um maior compromisso
chinês.
A China pretende adotar metas voluntárias de redução de emissões
de dióxido de carbono (CO2), de acordo com a normativa aplicada aos
países em desenvolvimento.
O chefe da delegação chinesa se prendeu ao Mapa de Caminho
definido na conferência de Bali de 2007 e insistiu em que, apesar de
ser um dos mais poluidores do mundo, a China ainda precisa crescer
e, portanto, aumentará suas emissões em termos absolutos.
Em termos relativos, Pequim se comprometeu a cortar sua
intensidade energética (emissão de CO2 por unidade de PIB) entre 40%
e 45% até 2020 frente aos níveis de 2005.
Su Wei apontou que o objetivo dos negociadores técnicos é "fechar
todos os pontos de um acordo" para que os chefes de Estado e de
Governo que chegarão à cúpula na semana que vem "só tenham que
assinar" o texto, mas acrescentou que ainda faltam "intensas
negociações" para chegar a um resultado concreto. EFE