Pequim, 22 fev (EFE).- A China quer ajudar a solucionar a crise da dívida soberana na zona do euro por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI) se outros países também colaborarem, disse nesta quarta-feira o representante do organismo em Pequim, Murtaza Syed.
O governo chinês oferecerá ajuda através do FMI, mas "não quer ser o único a fazê-lo", segundo Syed. "Pode ser mediante o aumento da cota (paga ao FMI), um processo longo, ou por meio de um fundo de recursos especiais, uma via potencialmente mais rápida. Tudo isso além da compra de bônus e bens na União Europeia (UE)".
Em declarações à imprensa, o representante do FMI indicou que "muita coisa está acontecendo nos bastidores". "Há muitas negociações que os países têm que concordar e, além disso, ninguém quer ser o primeiro a oferecer ajuda".
Segundo Syed, para Pequim é um problema explicar para a opinião pública chinesa a concessão de recursos, visto que os cidadãos são reticentes a esta ideia, "o que está causando a sensação de que há atraso (em anunciar a injeção de fundos) ou que nada está acontecendo".
O que está "muito claro" é que os recursos chineses irão para o FMI, "para mostrar à população que é bom cooperar com a instituição", acrescentou.
Para o fundo, a crise atual na zona do euro é o maior risco para o crescimento chinês, que cairá bruscamente se houver recessão aguda e se Pequim não adotar medidas para impulsionar o consumo e as importações, em vez das infraestruturas.
"Além disso, os resultados do crescimento chinês não foram distribuídos igualmente e se a desigualdade aumentar, será muito difícil para a China avançar em um crescimento sustentado", concluiu Syed. EFE