China propõe criação de uma zona de livre comércio no nordeste da Ásia

Publicado 08.09.2011, 05:45
Atualizado 08.09.2011, 06:22

Pequim, 8 set (EFE).- A China impulsionará a criação de uma área de livre comércio com o Japão, as duas Coreias, a Mongólia e o Extremo Oriente Russo, a fim de unir uma região com 300 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado que representa 20% do global.

Embora a economia mundial esteja se recuperando da crise, ainda existem obstáculos e incertezas e, "sob tais circunstâncias, é mais importante impulsionar a promoção de uma cooperação regional no nordeste da Ásia", assinalou Jiang Zengwei, vice-ministro de Comércio, em declarações publicadas nesta quinta-feira pela agência oficial de notícias "Xinhua".

A área proposta pela China inclui suas províncias de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, assim como a região setentrional da Mongólia Interior.

Se o projeto sair do papel, a futura zona de livre-comércio cobriria uma superfície de 9 milhões de quilômetros quadrados nos quais se produz mais de 70% do PIB asiático.

O vice-ministro lançou esta ideia no marco da atual edição da Feira de Comércio e Investimentos do Nordeste da Ásia, realizada desde terça-feira em Changchun, capital de Jilin.

"Os países da Ásia Oriental deveriam construir um marco de cooperação e explorar a criação de uma área de livre-comércio com o cenário de fundo da integração econômica e global", avaliou Bai Lichen, vice-presidente do principal órgão consultivo chinês.

Apesar de sua posição na economia mundial, as transações econômicas no nordeste da Ásia se mantêm em um baixo nível, na comparação com o Sudeste Asiático e com a Ásia Oriental.

Bai reconheceu que a base para a cooperação econômica na região continua sendo "instável", pelo que propôs dar prioridade à economia e ao comércio "e deixar de lado as diferenças ideológicas".

Pequim impulsionou nos últimos anos os laços econômicos com os países da região, como o acordo assinado em junho com a Coreia do Norte para a construção da Zona Econômica e Comercial de Rason, e o avanço na construção de rodovias e ferrovias para unir a China com a Rússia e a Coreia do Norte.

O comércio da China com seu rival asiático e histórico inimigo, o Japão, aumentou 19% no primeiro semestre deste ano, a US$ 162 bilhões, enquanto com a Coreia do Sul o crescimento foi de 20,5%, a US$ 118 bilhões. EFE

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