Atenas, 12 mar (EFE).- A troca de bônus gregos por títulos depreciados que concluirá o processo do perdão da dívida da Grécia, conhecida oficialmente pelo nome de Participação do Setor Privado (PSI), começou nesta segunda-feira em Atenas.
O governo grego introduziu nesta manhã 20 novos bônus em substituição de 53 velhos títulos com um valor de 55,8 bilhões de euros, confirmou à Agência Efe uma fonte do Ministério das Finanças do país. A troca continuará durante o dia todo de hoje.
Segundo uma fonte bancária, o processo técnico de troca "é muito simples e automático". A expectativa é que a troca esteja concluída entre hoje e amanhã.
Trata-se concretamente dos bônus sob soberania helena, que representam um total de 177 bilhões de euros, enquanto os 29 bilhões sob outras legislações (britânica, suíça, francesa, japonesa e americana) serão substituídos no final do mês.
Os novos títulos estão apoiados pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), são regidos pela lei britânica - mais propícia aos credores em caso de falta de pagamento - e seus juros crescem com o tempo, além de estarem ligados à recuperação da economia helena.
Na sexta-feira passada, e depois que a participação voluntária no perdão superou as expectativas, o governo grego anunciou a ativação das chamadas Cláusulas de Ação Coletiva (CAC), que obriga a participação no perdão da pequena minoria de credores opostos a submeter-se à PSI.
Com isso, o total dos 177 bilhões de euros sob soberania grega serão reestruturados.
Dos bônus sob soberania estrangeira, os credores de 20 bilhões de euros em dívida já deram seu sinal verde à PSI, um número que o governo espera que aumente até o fim do prazo previsto (23 de março), já que estes credores não podem ser obrigados a aceitar o perdão contra sua vontade.
Entre os bônus já reestruturados estão os 14,5 bilhões de euros que venciam no próximo dia 20 de março, uma data que tinha se transformado em um dor de cabeça para o governo de Atenas, que não dispunha de fundos suficientes para efetuar esse pagamento.
Agora, segundo explicou a fonte do Ministério das Finanças, essa quantidade foi reduzida para cerca de 5 bilhões de euros, cujo vencimento ocorrerá em 2020. EFE