Cartum, 10 abr (EFE).- A Comissão Eleitoral do Sudão ressaltou
hoje a transparência do processo eleitoral e destacou que o pleito
que começa amanhã é o primeiro passo para a mudança democrática,
embora também reconheça que "não há eleições perfeitas".
"Em todo Sudão, todas as eleições terminaram com um grau alto de
segurança", afirmou em entrevista coletiva o vice-presidente da
Comissão Suprema Eleitoral (CSE), Abdallah Ahmed Abdallah.
Ahmed Abdallah reconheceu que nenhum processo eleitoral é
totalmente perfeito e que o sudanês não será uma exceção.
"Não há eleições perfeitas e estas não serão exceção, mas estas
representam o primeiro passo para a mudança democrática no Sudão",
ressaltou o vice-presidente do CSE.
O pleito de amanhã é o primeiro multipartidário no Sudão em 24
anos, mas para a maior parte das forças da oposição anunciaram que
boicotarão total ou parcialmente a votação pela falta de garantias
sobre a transparência.
A oposição também colocou em dúvida a imparcialidade da Comissão
Eleitoral.
Diante dessas acusações, Ahmed Abdallah insistiu neste sábado que
a falsificação no processo é algo complicado e negou que o
governante Partido do Congresso Nacional esteja controlando o
organismo reitor do pleito.
Comentou que a democracia nunca chega de surpresa, mas que é
preciso de tempo e insistiu que estes comentários não justificam a
possibilidade de erros serem cometidos.
"Se erros forem cometidos, não serão propositais", insistiu.
Afirmou que no processo eleitoral participam 20.278 observadores
locais e 840 internacionais, procedentes de 18 países e organizações
diferentes, com destaque para o Centro Carter dos Estados Unidos,
com 132 representantes, e a União Europeia, com 166.
Também citou outras organizações regionais como a Liga Árabe e a
Conferência Islâmica, e assinalou que 232 organizações sudanesas
acompanharão todo o processo. EFE