Bruxelas, 14 jul (EFE).- A Comissão Europeia (CE) aprovou hoje a
fusão entre as companhias aéreas Iberia e British Airways (BA) ao
considerar que a operação, que formará a terceira companhia da
Europa, atrás da Lufthansa e da Air France-KLM, e a uma das cinco
mais importantes do mundo, não abala a concorrência.
Embora as atividades das companhias aéreas, membros da aliança
Oneworld, serão afetadas nos âmbitos de transporte de passageiros e
mercadorias, assistência em terra, manutenção, reparação e revisão,
a CE entende que seguirão enfrentando concorrência forte no setor.
A CE examinou o impacto que a operação representaria para o
transporte de passageiros nas rotas curtas Londres-Madri e
Londres-Barcelona e concluiu que os passageiros seguirão tendo
alternativas adequadas para voar nestas rotas.
Bruxelas estudou os efeitos da fusão em uma série de rotas longas
e curtas. Outro estudo identificou que a concorrência não será
atingida.
Com relação ao transporte de mercadorias e os serviços de
assistência em terra, a comissão chegou à mesma conclusão e também
comprovou que a fusão não terá uma repercussão significativa no
mercado de serviços de manutenção, reparação e revisão.
As duas companhias manterão sua marca e respeitarão as operações
de dimensão nacional, mas juntas terão uma frota superior a 420
aviões e abrangerão mais de cem países.
Iberia e BA esperam economizar ao redor de 400 milhões de euros
anuais a partir do quinto ano de funcionamento da nova companhia
aérea.
A fusão foi selada em abril, quase dois anos depois das
companhias revelarem pela primeira vez suas intenções de união, tudo
isso em um contexto de crise no setor aéreo, que acabou favorecendo
este tipo de operações nas últimas décadas.
A CE recebeu a notificação oficial da operação em 10 de junho. A
Comissão Europeia autorizou ainda hoje a aliança entre Iberia,
British Airways (BA) e American Airlines (AA) para a exploração
conjunta das rotas do Atlântico Norte, ao considerar que são
adequadas as sugestões propostas pelas companhias para solucionar os
problemas de concorrência detectados por Bruxelas.
Esta decisão transforma em juridicamente vinculativo por dez anos
o compromisso das companhias aéreas de ceder horárias de
aterrissagem e decolagem no aeroporto de Heathrow (Londres) para
facilitar a entrada ou expansão de concorrentes nas rotas entre
Londres e Nova York, Boston, Dallas e Miami e conclui a investigação
da CE.
A operação já recebeu o sinal verde das autoridades de
concorrência americana.
O Executivo comunitário manifestou em setembro sua preocupação
sobre certos aspectos da operação que poderiam violar as normas
antimonopólio da UE e prejudicar aos consumidores nas rotas
transatlânticas, lembra um comunicado.
Em consequência, as companhias aéreas se comprometeram a ceder
horários de aterrissagem e decolagem, uma medida que a CE considerou
adequada após realizar análise de mercado.
"A decisão adotada hoje permitirá as companhias aéreas iniciar a
aliança transatlântica que há tanto tempo desejavam", confirmou o
vice-presidente da CE e responsável pelo setor de concorrência,
Joaquín Almunia.
A operação ocorre sem prejudicar aos 2,5 milhões de passageiros
que anualmente utilizam a rota Londres-Nova York e outras, que
poderão seguir beneficiando-se de um leque de freqüências e preços
competitivos.
As companhias se propuseram facilitar à concorrência de horários
no aeroporto nova-iorquino John F. Kennedy e dar acesso aos seus
programas de fidelização em certas rotas, o que permitirá aos
passageiros dos novos operadores autorizados pela CE acumular e
trocar pontos.
Para conseguir o sinal verde comunitário, Iberia, BA e AA tiveram
que permitir a combinação de tarifas e oferecer acordos especiais
para as rotas afetadas a fim de que seus concorrentes possam vender
bilhetes para voos das partes e facilitar o acesso ao tráfego de
conexão.
Além disso, se comprometem a apresentar regularmente à comissão
dados relativos a cooperação, o que facilitará a avaliação do
impacto da aliança nos mercados. EFE