Bruxelas, 16 jul (EFE).- A Comissão Europeia propôs hoje permitir
o uso de farinhas animais para alimentar frangos, porcos e peixes, o
que está proibido atualmente para evitar a propagação do mal da
"vaca louca".
O Executivo comunitário aprovou uma proposta para suavizar as
restrições aplicadas na União Europeia desde a última crise da "vaca
louca" (2000-2001), porque considera que a esta altura já foi
reduzido o número de cabeças de gado afetadas.
Entre as medidas que Bruxelas quer para suavizar, destaque para a
proibição que a UE impôs à utilização de proteínas animais na
fabricação de rações, por considerar que essa tinha sido a principal
causa de transmissão da doença.
A CE apresentou um "Mapa de Caminho" para revisar as atuações
contra as encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), grupo
ao que pertence a encefalopatia espongiforme bovina (EEB),
popularmente conhecida como o mal da "vaca louca".
No caso das proteínas animais, Bruxelas propõe admitir, pelo
menos a partir de 2011, certa "tolerância" para que possam ser
utilizadas pequenas quantidades de farinhas usadas para alimentar
animais que não sejam ruminantes, ou seja, para alimentar aves,
porcos ou peixes.
Mas a CE ressalta que é preciso evitar o "canibalismo", que o
gado coma restos reciclados de sua mesma espécie; por exemplo, os
resíduos de porcos poderiam servir para dar de comer a frangos, mas
não a porcos.
Na atualidade, somente está permitido o emprego de proteínas de
pescado e só para alguns casos. Para os ruminantes, a CE quer manter
a proibição das farinhas animais.
A família das EET inclui variantes que afetam humanos e
ruminantes, como vacas, cabras, ovelhas e cervos.
Por outra parte, a CE propõe elevar a idade em que os animais
deverão ser submetidos obrigatoriamente a teste de detecção.
Nos últimos anos, ficou provado que os animais doentes são cada
vez mais velhos, uma prova de que as medidas aprovadas pela UE deram
resultados.
Espanha foi o país que mais casos de "vaca louca" registrou em
2009. O plano apresentado hoje é para os próximos cinco anos (entre
2010 e 2015) e é previsível que ao menos até 2011 não se comecem a
aprovar estas propostas.
A CE sugeriu revisar a lista de materiais específicos de risco
(MER) de transmissão do mal da "vaca louca" e adaptá-los às
exigências da Organização Internacional de Epizootias (OIE).
Também colocou mudar as medidas de erradicação da "scrapie", que
afetam ovinos e caprinos.
Em 2005, a CE já propôs mudanças nas regras sobre as EET; o plano
apresentado hoje deverá ser aprovado pelo conselho de ministros de
Agricultura e pelo Parlamento Europeu, mas as medidas concretas
deverão ser confirmadas nos comitês técnicos da UE.
Bruxelas assinala que as medidas sanitárias devem continuar, mas
diante da superação da EEB a UE necessita dirigir seus esforços a
outras doenças com maior impacto na saúde humana e no gado, como a
salmonela. EFE