Bruxelas, 6 jul (EFE).- O presidente da Comissão Europeia (órgão
executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso, considerou
hoje que "houve progressos importantes no diálogo sobre direitos
humanos com a China", através dos fóruns regulares nos quais os
europeus expressam "diferenças muito grandes" às autoridades de
Pequim.
Barroso respondeu assim ao ser perguntado pela eficácia do
diálogo neste campo com a China, cujas autoridades informaram hoje
sobre a morte de 140 cidadãos de etnia uigur em enfrentamentos com
as forças de segurança.
"Não podemos substituir as autoridades chinesas no que se refere
a assumir a responsabilidade delas quanto ao respeito aos direitos
humanos", disse o chefe do Executivo comunitário.
Afirmou que é previsível que mantenha algum contato com o
presidente da China, Hu Jintao, durante a próxima cúpula do Grupo
dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) na
Itália, "como sempre que estamos na China ou em outros encontros
internacionais".
No entanto, Barroso não precisou se aproveitaria o encontro para
falar do massacre.
Sobre a "eficácia" do diálogo com a China, disse que "há uma
evolução", e lembrou seus tempos de ministro de Assuntos Exteriores
português, nos anos 80, quando as autoridades do país asiático "se
negavam categoricamente" a debater sobre direitos humanos.
"Pouco a pouco, houve progressos importantes, é preciso
reconhecer isso. Há um diálogo regular entre a União Europeia e a
China em grupos de contato e fóruns onde não perdemos nenhuma
oportunidade para expressar nossas diferenças", disse. EFE