Brasília, 9 dez (EFE).- O Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) manteve hoje, em sua última reunião do ano e pela
terceira vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic) em 8,75% ao
ano.
Em uma decisão unânime e esperada pelos mercados, a autoridade
monetária considerou, "a flexibilização da política monetária
implementada desde janeiro, e por outro, a margem de ociosidade
remanescente dos fatores produtivos".
Para o Copom, neste momento, "esse patamar de taxa básica de
juros é consistente com um cenário inflacionário benigno".
Em 2 de setembro, após cinco reduções anteriores, o comitê
manteve a taxa Selic em 8,75%, a cifra mais baixa desde seu início
em 1996, e não a variou na reunião seguinte, em 21 de outubro.
A próxima reunião será realizada entre os dias 26 e 27 de
janeiro. As projeções apontam que a taxa continuará estável até
junho e, depois, aumentará até o final de 2010, quando deverá
alcançar 10,63%.
Entidades patronais e sindicatos criticaram a decisão de deixar
os juros no nível atual.
"É um absurdo para o Brasil, voltar a ocupar a segunda posição no
ranking das maiores taxas de juros reais do mundo", expressou em
comunicado o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
A principal patronal brasileira considerou que a taxa "deve cair
mais" e lembrou que, na maioria dos países, os juros estão próximos
a zero.
Para a Força Sindical, o fato de manter a taxa inalterada "é uma
ironia".
"Continuamos com uma taxa que asfixia a produção, inibe o consumo
e, consequentemente, a abertura de novos postos de trabalho. É um
erro estratégico, uma miopia econômica, que, com segurança, irá
causar um impacto negativo", advertiu o sindicato.
"Com esta decisão desastrosa, perdemos uma ótima oportunidade de
fomentar e estimular o setor produtivo", ressaltou o comunicado da
Força Sindical. EFE