Quito, 10 ago (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa,
assumiu hoje a direção temporária da União de Nações Sul -Americanas
(Unasul) e propôs aos 12 países-membros, entre eles o Brasil,
fortalecer a integração e transformar a região na quarta economia
mais desenvolvida do planeta.
De acordo com Correa, a América do Sul pode "formar a quarta
maior economia do mundo", com um produto superior a US$ 2,9 trilhões
anuais, com uma população de 300 milhões de pessoas espalhada por 17
milhões de quilômetros quadrados.
O presidente equatoriano fez a proposta após receber a
Presidência temporária da Unasul das mãos da governante chilena,
Michelle Bachelet, durante uma cerimônia na Sala Capitular do
convento de Santo Agostinho, no centro colonial de Quito, no marco
da cúpula presidencial da entidade.
A integração e a unidade latino-americanas, disse Correa, "são
imprescindíveis" para resolver os problemas mais importantes da
região, como a pobreza e a exclusão social.
O presidente equatoriano destacou a importância de criar
definitivamente o Banco do Sul e um fundo regional de reservas, além
de impulsionar outras formas de organização que consolidem a
integração regional.
Correa também pediu a seus colegas para que fortaleçam a Unasul,
após insistir na solicitação para que os países da região ratifiquem
o tratado constitutivo do organismo, ao lembrar que nem todos já o
fizeram.
O chefe de Estado do Equador também propôs a criação de um
sistema monetário comum e a existência de uma moeda eletrônica para
facilitar e agilizar as transações entre os países da região.
Correa deu como exemplo o que ocorreu na Aliança Bolivariana para
as Américas (Alba), cujos países-membros assinaram a criação do
Sistema Único de Compensação Regional (Sucre), e assegurou que a
América do Sul não deve "depender de uma moeda extrarregional".
Segundo o presidente do Equador, a crise internacional é
impossível de conter e, por isso, afirmou que é necessário tomar
"medidas urgentes" para encarar seus efeitos.
Outra meta da Unasul proposta por Correa é a de conseguir a
"cidadania sul-americana" para liberar o trânsito de pessoas na
região, que chamou de "o espaço mais promissor do planeta". EFE