Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - (Corrige no quinto parágrafo que swap cambial tradicional equivale à venda futura de dólares, e não compra)
O dólar avançava mais de 1 por cento frente ao real nesta sexta-feira, pressionado pela intensa atuação do Banco Central, enquanto o bom humor imperava na última sessão antes da votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
Às 11:52, o dólar avançava 1,24 por cento, a 3,5190 reais na venda, após atingir 3,5305 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia cerca de 1 por cento.
"O foco total e completo está na Câmara. O BC pode até moderar o movimento de queda, mas o que vai determinar a tendência do câmbio nas próximas semanas é a política", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
A Câmara dos Deputados vota no domingo a abertura ou não do processo de afastamento da presidente Dilma e expectativas de aprovação vêm exercendo forte pressão de baixa sobre o dólar, sobretudo nos últimos dias. Muitos operadores acreditam que eventual troca de governo poderia trazer de volta a confiança dos investidores na economia brasileira.
O BC reagiu reforçando sua intervenção no câmbio, acelerando muito a redução de seu estoque de swaps cambiais tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares.
Neste pregão, fez três leilões de swap cambial reverso, que equivale a compra futura de dólares. Ao todo, vendeu 88,5 mil contratos, que correspondem a cerca de 4,425 bilhões de dólares.
Também contribuía para pressionar o câmbio no Brasil o ambiente externo desfavorável, com investidores preferindo estratégias mais defensivas antes da reunião de produtores de petróleo no fim de semana. Poucos esperam que o encontro resulte em acordo para congelar a produção global, levando a commodity a recuar nesta sessão.
"Temos motivos para o dólar subir hoje, mas isso será completamente ofuscado se o impeachment passar na Câmara no fim de semana", disse o operador de uma corretora internacional.
(Por Bruno Federowski)