Londres, 23 ago (EFE).- A recuperação da economia britânica se
desacelerará na segunda metade do ano por causa da queda do clima de
confiança que gerou nas empresas o drástico programa de cortes de
despesa do Governo.
Assim se afirma em um estudo elaborado pelos institutos de
contabilidade ICAEW e Grant Thornton, que indica que, com relação ao
segundo trimestre do ano, há quase 20% mais de empresas que duvidam
da solidez da recuperação da economia.
Estes grupos destacaram que o orçamento de emergência aprovado
pelo Governo de coalizão conservador-liberal nascido das eleições do
mês de maio, que inclui severos cortes da despesa, incidiu
negativamente na confiança empresarial.
Michael Izza, executivo-chefe do ICAEW, manifestou em comunicado:
"As empresas do Reino Unido que sobreviveram à recessão enfrentam
agora o desafio de sobreviver à recuperação".
"Ainda não sabem o que o futuro trará e contemplam com incerteza
o impacto que terá na recuperação econômica o atual espírito de
austeridade fiscal", assinalou Izza.
No entanto, o estudo indica que apesar da queda da confiança,
houve "uma notável melhora" nas contas das empresas, com receita e
lucros voltando para o terreno positivo pela primeira vez desde o
começo de 2009.
Além disso, espera-se que o investimento em capital aumente 2%
durante o próximo ano e que os orçamentos dedicados à pesquisa e
desenvolvimento subam 1,4%.
No terreno do emprego, as perspectivas também são boas, já que as
empresas registraram a menor redução anualizada de seu quadro de
funcionários desde o primeiro trimestre de 2009 e esperam que a
contratação aumente em 1,1% no próximo ano.
A previsão sobre os salários é que aumentem em 1,5%, embora a
inflação esteja atualmente em 3,1%. EFE