Investing.com - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo chegou a um acordo para limitar a produção de petróleo após tratativas em Viena, nesta quarta-feira.
A Opep concordou em limitar a produção a 32,5 milhões de barris por dia, uma redução de 1,2 milhão diários.
Em setembro, o grupo produtor chegou a um acordo preliminar para reduzir a produção para 32,5 a 33 milhões de barris por dia, frente aos atuais 33,6 milhões.
No entanto, formalizar um acordo para o primeiro corte mediado pela Opep desde 2008 se mostrou problemático, com semanas de negociações normalmente frustradas em meio a discordâncias sobre que produtores deveriam aplicar uma redução e de quanto.
O acordo sobre a produção entrará em vigor em 1º de janeiro de 2017. O acordo durará seis meses, mas pode ser ampliado, e uma decisão será tomada em 25 de maio de 2017, data em que se planejar revisar o acordo.
O grupo de 14 membros, que representa um terço da produção de petróleo mundial, está reduzindo a produção em uma tentativa de reduzir o excesso de oferta que afetou negativamente os preços, gerando queda de mais de 50% desde 2014.
Confiança na participação de não membros da Opep no corte de produção
A organização afirmou que o acordo também engloba a Rússia e outros países não membros da Opep, que contribuirão com um corte adicional de 0,6 milhões de barris por dia.
Na conferência de imprensa, o presidente da Opep, Mohammed bin Saleh al Sada, afirmou que a Rússia indicou que cortará sua produção em 300.000 barris por dia e que estava confiante de que um total de 600.000 pudesse ser alcançado em virtude de promessas de outros países não membros.
Al Sada sinalizou que uma reunião com produtores não membros da Opep está marcada para 9 de dezembro, em Doha, para finalizar os últimos detalhes, explicando que já que esses países não pertencem ao grupo, a Opep não poderia oficializar o acordo. Ele afirmou estar confiante da adesão desses países ao acordo.
Cortes de cota aceitos por membros
Em resposta a uma pergunta, Al Sada confirmou que a Arábia Saudita assumiu o maior corte, de 486.000 barris por dia, especificamente.
De acordo com a tabela que mostra os cortes estabelecidos, a produção da Arábia Saudita será de 10,058 milhões de barris por dia.
Além disso, ficou definido que o Irã poderá expandir sua produção em 90.000 barris aos níveis pré-sanção de 3,797 milhões de barris por dia, em um acordo visto como vitorioso por Teerã.
Líbia e Nigéria ficaram isentos do corte de produção, uma vez que a produção deles está sendo afetada por sanções e ataques a instalações petrolíferas.
O segundo maior corte foi atribuído ao Iraque, que concordou em reduzir sua produção em 210.000 barris por dia.
Em seguida, os Emirados Árabes Unidos cortará a produção em 139.000 barris.
Entre os demais membros, em ordem decrescente, está o Kuwait, que concordou com uma redução de 131.000 barris, a Venezuela, com 95.000; Angola, com 87.000; Argélia, com 50.000; Catar, 30.000; Equador, 26.000 e Gabão, com 9.000.
Vale (SA:VALE5) a pena ressaltar que a Indonésia suspendeu voluntariamente sua filiação ao grupo. Al Sada explicou que o país lucra com a exportação e que os demais membros assumiram a tarefa de redução para atingir a meta de 32,5 milhões.
Ás 15h15, no horário de Brasília, o petróleo bruto americano estava sendo negociado a US$ 49,07 o barril após a divulgação, subindo US$ 3,83, ou 8,47%, frente a seu último fechamento, valor próximo à máxima do dia de US$ 49,33.
O referencial mundial para o Brent futuro registrou alta de US$ 4,17, ou 8,81%, com o barril cotado a US$ 51,49, após atingir o pico do dia, a US$ 51,84.