David Cameron diz que Europa não precisa de um novo tratado

Publicado 02.12.2011, 15:08
Atualizado 02.12.2011, 16:14

Paris, 2 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse nesta sexta-feira após conversar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, sobre as propostas anunciadas por Paris e Berlim, que não acredita que a reforma dos tratado europeu seja o melhor caminho para solucionar a crise da dívida,

Sarkozy e Cameron se reuniram por cerca de uma hora no Palácio do Eliseu, em Paris, mas não falaram com a imprensa após o encontro. Os dois também não comentaram o discurso que a chanceler alemã, Angela Merkel, fez no Parlamento do país (Bundestag), no qual, assim como o líder francês, frisou a necessidade de reformas na Europa.

Horas mais tarde, em sua volta para Londres, o primeiro-ministro do Reino Unido afirmou à imprensa que não acha que a criação de um novo tratado europeu seja necessária.

Em sua opinião, é preciso que a zona do euro convença os mercados de que tem a força necessária para acabar com a falta de confiança dos investidores e o contágio da crise pelo Continente. Além disso, precisa resolver os problemas de competitividade de alguns de seus membros.

"Nenhuma dessas duas coisas requer mudança no tratado, mas se isso acontecer, garanto que protegeremos e reforçaremos mais os interesses britânicos", afirmou Cameron.

O dirigente explicou que discutiu com Sarkozy sobre a "crise na eurozona, que está impactando de forma negativa a economia britânica, e a necessidade da cúpula europeia da próxima semana ser um sucesso".

David Cameron reiterou seu desejo de resolver a situação na Europa, mas disse também que defenderá o seu país. "No final o que se trata é convencer os mercados de que as instituições do euro defenderão a moeda com todos os meios disponíveis, mas também combaterá a falta de competitividade de algumas economias europeias", argumentou.

França e Alemanha propõem principalmente a criação de uma união fiscal na região. Além disso, defendem sanções para os países que não cumprirem suas metas orçamentárias. Essas mudanças poderiam diminuir a influência do Reino Unido.

A situação ficará mais clara na próxima segunda-feira, quando Sarkozy receberá Merkel na capital francesa, antes do Conselho Europeu que será realizado nos próximos dias 8 e 9.

A chanceler alemã disse em seu pronunciamento no Bundestag que se o tratado europeu não for modificado, outro opção é um acordo entre os 17 países da eurozona, o que exclui o Reino Unido.

Este cenário evitaria que Cameron tivesse que aceitar qualquer acordo contra a própria vontade, o que seria muito doloroso, devido à importância econômica do Reino Unido.

Mas, ao mesmo tempo, deixaria o país afastado de seu principal parceiro comercial e financeiro, a Europa. O presidente francês tem constantemente reclamado da postura do Reino Unido, que critica a zona do euro apesar de não ter adotado a moeda única. Mas Sarkozy critica principalmente o fato de Londres não se comprometer a ajudar a salvar a Europa da crise da dívida. EFE

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