Por Ali Sawafta
RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Os palestinos planejam apresentar à Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira o rascunho final de uma resolução sobre Estado próprio, defendendo um acordo de paz com Israel dentro de um ano e o fim da ocupação dos territórios palestinos por volta do final de 2017, disseram autoridades.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou por telefone ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que iria seguir adiante com a iniciativa, apesar da oposição dos Estados Unidos e de Israel, relatou a agência de notícias oficial palestina, Wafa.
"Hoje o grupo árabe se encontrará em Nova York, e nós vamos submeter o rascunho original da resolução ao Conselho de Segurança na esperança de que a votação seja concluída amanhã ou no dia seguinte", disse à Reuters Saeb Erekat, importante autoridade palestina.
As autoridades palestinas afirmaram que a proposta prevê que as negociações tenham como base os limites territoriais existentes antes de Israel capturar a Cisjordânia, o leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza na guerra de 1967.
"O projeto pede a retomada das negociações para resolver todos os temas de status final em não mais do que 12 meses depois da adoção da resolução e prevê que o fim da ocupação israelense que começou em 1967 se dê até o fim de 2017", disse a Organização para a Libertação da Palestina.
"Ele reivindica dois Estados soberanos, democráticos e seguros, Palestina e Israel."
Israel, que retirou as suas tropas e assentados da Faixa de Gaza em 2005, afirmou que a sua fronteira ao leste se tornaria indefensável caso o país saia completamente da Cisjordânia.
Um projeto palestino, apresentado ao Conselho de Segurança pela Jordânia em 17 de dezembro, pedia que a Jerusalém fosse a capital compartilhada de Israel e de um Estado palestino.
A proposta final volta a uma linha mais estrita, dizendo que somente o leste de Jerusalém será a capital palestina, declararam autoridades. Ela também pede o fim da construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia e no leste de Jerusalém.
Israel tem dito que um voto no Conselho de Segurança, após o fim em abril das negociações patrocinadas pelos norte-americanos, iria somente aprofundar o conflito de décadas. Israel dá apoio a negociações mais rejeita cronogramas definidos por terceiros.
"Vamos continuar a rechaçar com vigor tentativas de forçar termos que arriscariam a nossa segurança", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no domingo, em referência à proposta palestina para as Nações Unidas.
Nove votos são necessários no Conselho de Segurança para a adoção do projeto, o que forçaria então os EUA, aliado israelense, a decidir sobre um veto à proposta.