Rio de Janeiro, 21 mai (EFE).- A presidente brasileira, Dilma Rousseff, questionou nesta segunda-feira as medidas adotadas pela Europa para enfrentar a crise, por considerar que conduzem a uma recessão e garantiu que o Brasil resistirá às turbulências externas.
"Em vez de buscar o crescimento, estão produzindo uma das maiores recessões que se tenha notícia", disse a presidente em um ato na cidade de Laguna, em Santa Catarina.
Dilma, que defende a adoção de políticas anticrise que estimulem o crescimento e a geração de emprego, considerou "um absurdo" o fato de alguns países europeus possuírem taxas de desemprego enormes e disse que essa situação compromete o futuro de um país.
A presidente ainda falou que o Brasil pode resistir às turbulências externas por causa de "um conjunto de armas", como as altas reservas internacionais, que atingem US$ 374 bilhões.
"Me perguntaram o outro dia se estávamos preparados para o que possa acontecer na Europa. Eu posso garantir que estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados. Nós vamos resistir à crise criando emprego, investindo em infraestrutura", afirmou a governante.
Dilma ainda recorreu a uma parábola para comparar a vulnerabilidade do Brasil diante as crises de alguns anos com a atual e reiterou que o país está em condições de enfrentar qualquer sobressalto financeiro. "Se os senhores se lembram bem, no passado o mundo espirrava e nós pegávamos uma pneumonia. Hoje, nós não contraímos pneumonia", disse.
Na mesma linha, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu a solidez dos pilares macroeconômicos do Brasil, as reservas acumuladas em moeda estrangeira e as medidas para melhorar a competitividade no contexto de elevada volatilidade externa.
O presidente do BC destacou em um seminário em São Paulo que o cenário nos mercados internacionais continua sendo de volatilidade e a perspectiva é de crescimento para os próximos anos.
Para Tombini, a economia dos EUA será a mais dinâmica na escala mundial, com uma perspectiva de "expansão moderada e redução gradual do nível de desemprego". Enquanto isso, a economia brasileira acelerará ao longo deste ano graças à demanda interna e flexibilização das condições monetárias e financeiras, destacou.
O chefe do BC também disse que a inflação avança para a convergência de acordo com a meta estabelecida. Apesar do otimismo oficial, o boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central com base nas projeções dos economistas dos bancos privados, reduziu nesta segunda a previsão de crescimento da economia brasileira para este ano de 3,20 a 3,09%.
No mesmo relatório, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2013 subiu de 4,30 para 4,50%. EFE