Washington, 20 set (EFE).- A dívida pública da Grécia alcançará 189,1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, afirmou nesta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório que eleva as projeções de dívida e déficit para o país, imerso em uma grave crise financeira.
A proporção supera a estimada pelo FMI em junho, quando indicou que a dívida pública chegaria no ano que vem a um recorde de 172% do PIB, para começar a diminuir a partir de então.
O FMI justificou o novo prognóstico pela necessidade de corrigir dados fiscais, acrescentar uma série de empresas subvencionadas como pertencentes ao setor público e agregar "nova informação sobre trocas de dívida".
Após alcançar seu pico em 2012, a dívida pública grega descerá em 2013 até 187,9% do PIB, para continuar depois uma tendência de baixa de 178,5% em 2014; 165,1% em 2015 e 162,8% em 2016.
As projeções para os próximos cinco anos são superiores às calculadas em junho, com a exceção daquela que se refere à dívida deste ano, que se mantém em torno de 165,6% do PIB.
Em relação ao déficit grego, o FMI calcula que crescerá este ano até chegar a 8% do PIB, contra os 7,3% previsto em junho.
Em 2012, o déficit reduzirá até 6,9% do PIB, e em 2013 chegará a 5,2%, previsões que, apesar de mostrar uma tendência decrescente, são mais pessimistas que as assinaladas há quatro meses.
O Fundo ressaltou que os prognósticos macroeconômicos e orçamentários para 2011 e em médio prazo que o relatório contempla são conformes com os realizados no marco do programa de ajuste do FMI e da União Europeia (UE), ligado aos dois planos de resgate da economia grega.
O crescimento do país heleno "entrará em território positivo em 2012", acrescentou.
Para reduzir a proporção da dívida, o FMI considera "fundamentais" os objetivos de privatização da Grécia, que espera que essa estratégia reporte ingressos equivalentes a 6,5% do PIB nos próximos dois anos, e de mais de 20% nos cinco anos seguintes.
"Os objetivos da Grécia são ambiciosos, mas não sem precedentes, especialmente nos primeiros dois anos", assinalou o documento. EFE