Dólar acompanha exterior e cai com mercado atento às medidas dos EUA contra o Brasil

Publicado 21.07.2025, 09:22
Atualizado 21.07.2025, 10:40
© Reuters. Nota de dólarn07/11/2016  REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista registrava leves baixas contra o real nesta segunda-feira, com os investidores ainda atentos aos desdobramentos das medidas comerciais do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana também caía ante a maior parte das demais divisas.

Às 10h22, o dólar à vista caía 0,36%, a R$5,5676 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,27%, a R$5,5775.

Em entrevista à CBN nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistirá na negociação comercial com os EUA, mas não descarta a possibilidade do prazo de 1º de agosto para imposição de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros chegar sem que o Brasil tenha recebido uma resposta dos norte-americanos.

Haddad afirmou ainda que o governo avalia implementar instrumentos de apoio a setores da economia impactados pela tarifa dos Estados Unidos, acrescentando que não necessariamente haverá impacto fiscal com a implementação dessas medidas.

"Pode ser que nós tenhamos que recorrer a instrumentos de apoio a setores que injustamente estão sendo afetados", disse ele, sem detalhar as possíveis ações.

Na sexta-feira, na mais recente medida contra o Brasil, os EUA restringiram vistos para autoridades do Judiciário brasileiro e seus familiares imediatos, citando novamente objeções aos processos legais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além das medidas já tomadas, investidores estarão atentos nesta semana a possíveis novas ações dos Estados Unidos contra o Brasil, que podem impactar o câmbio.

"Há promessa de novas sanções contra o Brasil, que seriam anunciadas ao longo da semana. A imprensa cogita aumento das tarifas para 100%, imposição da Lei Magnitsky para algumas autoridades, proibição de aviões brasileiros sobrevoarem os EUA e até mesmo o desligamento do GPS e descredenciamento do sistema Swift", citou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em relatório enviado a clientes.

"Não é possível saber o que acontecerá. Mas o cenário piorou muito e escala rapidamente. Observamos que alguns bancos estrangeiros retiraram recomendações de venda de dólar e aplicações em taxa prefixada", acrescentou.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,72%, a R$5,5875.

Do lado norte-americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou nesta segunda-feira que o governo está mais preocupado com a qualidade dos acordos comerciais do que com o tempo.

"Não vamos nos apressar para fechar acordos", disse Bessent em uma entrevista à CNBC, referindo-se às negociações com os diversos países. Questionado se o prazo de 1º de agosto para os países fecharem um acordo comercial poderia ser prorrogado no caso de quem já está envolvido em negociações produtivas com Washington, Bessent afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, é que decidirá sobre isso.

Às 10h24 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,32%, a 98,084.

O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 10.500 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de agosto de 2025.

(Por Fabrício de CastroEdição de Pedro Fonseca e Camila Moreira)

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