Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - Após cair mais de 1 por cento, o dólar inverteu o movimento e passou a subir nesta sexta-feira, voltando a rondar o patamar de 3,25 reais, com investidores apostando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode elevar os juros antes do esperado neste ano.
Às 14:06, o dólar subia 0,24 por cento, a 3,2393 reais na venda, perto da máxima do dia de 3,2540 reais. O dólar futuro subia por volta de 0,15 por cento no fim da manhã.
"Parece que o Fischer veio a público corrigir a interpretação do mercado sobre a Yellen", resumiu o operador de um banco internacional.
Ele referiu-se ao vice-chair do banco central norte-americano, Stanley Fischer, que afirmou há pouco que as declarações dadas mais cedo pela chair do Fed, Janet Yellen, eram "consistentes" com aumento de juros em setembro, mas que era preciso esperar mais dados econômicos.
Em princípio, os mercados financeiros haviam interpretado que Yellen deu sinais de que os juros não subiriam tão cedo na maior economia do mundo, levando a apostas majoritárias deste movimento em dezembro. O Fed se reúne, neste ano, em setembro, novembro e dezembro.
Assim, o dólar chegou a cair mais de 1 por cento sobre o real, batendo 3,1898 reais na mínima do dia, acompanhando a reação de outros mercados no exterior.
"A mensagem de que os juros podem subir neste ano não é nova, já vinha das últimas semanas. O que é novo é que, pelo jeito, Yellen está mais próxima daqueles que querem um aumento no fim do ano do que daqueles que querem um aumento agora", havia afirmado mais cedo o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
As taxas de juros futuros dos Estados Unidos mostraram nesta manhã, segundo o FedWatch, chances um pouco maiores de 50 por cento de o Fed subir os juros em dezembro.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos aplicados em mercados emergentes, como o Brasil.
No cenário local, investidores seguiam atentos ao julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Espera-se que o Senado confirme o afastamento em voto final na madrugada de quarta-feira.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)