Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu mais de 2 por cento ante o real nesta sexta-feira, em meio à aversão a risco no exterior e indicações de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode elevar em breve a taxa de juros do país.
O dólar avançou 2,17 por cento, a 3,2800 reais na venda, a maior alta desde 3 de maio (+2,33 por cento). Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,82 por cento.
O dólar futuro subia cerca de 2,15 por cento no fim desta tarde.
O dia começou com nervosismo no exterior depois que a Coreia do Norte realizou seu quinto e maior teste nuclear, afirmando ter dominado a habilidade de montar uma ogiva em um míssil balístico.
A alta do dólar frente ao real se firmou após o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, declarar que o banco central norte-americano enfrenta cada vez mais riscos se esperar muito tempo para elevar a taxa de juros.
"A declaração de Rosengren mostra que há margem para um aumento da taxa de juros norte-americana, percepção que havia perdido força depois do resultado do payroll de agosto", explicou o diretor da corretora de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, referindo-se ao relatório de emprego dos EUA.
Na sexta-feira passada, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que o crescimento do emprego nos EUA desacelerou mais que o esperado em agosto, o que poderia fazer o Fed desconsiderar aumento da taxa de juros.
As declarações na véspera do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, de que não foi discutida no encontro de política monetária uma prorrogação do programa de estímulo da instituição também foram citadas como um fator de pressão para o dólar nesta sexta-feira.
"O BCE não mudou sua política monetária, tampouco o programa de estímulos, e desagradou", avaliou o economista da gestora de recursos Yield Capital Hersz Ferman.
Nesta manhã, o BC vendeu novamente a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares. 2016-09-09T204108Z_1_LYNXNPEC8817C_RTROPTP_1_DOLAR-FECHA-FINAL.JPG