Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda e voltava a R$3,10 nesta terça-feria, após o Banco Central ter retomado as intervenções no mercado cambial, ao anunciar leilão de swap tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem parcial dos vencimentos de março.
Os investidores também estavam à espera da fala da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, nesta sessão em busca de mais sinais de como o banco central norte-americano vai conduzir sua política monetária.
Às 12:14, o dólar recuava 0,25 por cento, a 3,1024 reais na venda, depois de fechar na véspera com leve alta de 0,03 por cento. O dólar futuro tinha queda de 0,4 por cento.
Na mínima da sessão, o dólar foi a 3,0929 reais, menor valor intradia desde 2 de julho de 2015 (3,0924 reais)
"A percepção é de que há mais um vendedor (BC) no mercado", afirmou o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto.
Na noite passada, o BC anunciou leilão de até 6 mil swaps tradicionais, voltando ao mercado com esse tipo de intervenção, feita pela última vez em 30 de janeiro. Se mantiver esse volume até o final do mês, e vender o lote integral, o BC rolará apenas parcialmente o lote que vence no próximo mês, equivalente a 6,954 bilhões de dólares.
O BC vendeu integralmente a oferta desta sessão, equivalente a 300 milhões de dólares. Como o vencimento de março totaliza 6,954 bilhões de dólares, faltam rolar ainda 6,654 bilhões de dólares.
Segundo operadores, a atuação indicava que o BC não estava preocupado com o nível do dólar, que vem mostrando trajetória de baixa ante o real diante das expectativas de ingresso de recursos externos no País.
"Parece que para o BC, quanto mais baixo (o dólar), melhor. Pode contribuir para cortar um pouco mais a Selic", afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
No exterior, o dólar recuava ante outras moedas, com investidores também de olho no depoimento de Yellen no Senado norte-americano às 13h (horário de Brasília). A chair do Fed irá ao Congresso pela primeira vez desde que os republicanos assumiram o controle da Casa Branca, com menos clareza sobre a direção da política econômica dos Estados Unidos do que em qualquer momento de seus três anos no cargo.
(Edição de Patrícia Duarte)