SÃO PAULO (Reuters) - O dólar despencava quase 1,5 por cento frente ao real nesta terça-feira, acompanhando o desempenho do mercado internacional após um dado fraco sobre o setor de serviços dos Estados Unidos reduzir apostas de que os juros na maior economia do mundo voltarão a subir em breve.
Às 11:40, o dólar recuava 1,44 por cento, a 3,2350 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,2312 reais e a 3,2845 reais na máxima. O dólar futuro recuava por volta de 1,45 por cento nesta tarde.
"Logo cedo, houve quem aproveitou para comprar um pouco de moeda, mas o movimento durou pouco e, para reforçar essa trajetória baixista, o dado norte-americano trouxe a leitura de que alta de juros nos EUA pode não ocorrer tão já", afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
A atividade de serviços dos Estados Unidos medida pelo Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) de agosto ficou em 51,4 em agosto, bem abaixo dos 55 esperados em pesquisa Reuters com analistas.
Com o resultado, cresceu a leitura de que esses dados mais fracos podem adiar a decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, de aumentar a taxa básica de juros no país no curto prazo.
Na sexta-feira, dados sobre o emprego nos EUA mais fracos do que o esperado já haviam alimentado essa percepção.
O dólar recuava sobre outras moedas emergentes nesta sessão, como os pesos chilenos e mexicano.
Mais cedo, o Banco Central brasileiro sinalizou que pode começar a reduzir a Selic em breve, com boa parte do mercado entendendo que isso pode ocorrer em outubro já, próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Mesmo assim, a taxa básica de juros --a 14,25 por cento há mais de um ano-- continuará sendo bastante atrativa em relação a outras praças, o que pode continuar atraindo recursos de fora, sobretudo se o Fed demorar mais para elevar seus juros.
Pela manhã, o BC vendeu novamente a oferta total de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
(Por Claudia Violante)