Investing.com - O dólar é negociado praticamente estável na parte da tarde desta quarta-feira (27), avançando 0,01% a R$ 3,3127. A divisa chegou a cair na parte da manhã seguindo o cenário externo benigno, em mais um dia de baixo volume financeiro diante das festas de final de ano.
Na cena interna, a reforma da Previdência continua no radar, bem como os esforços do governo para tentar tirá-la do papel. A matéria é considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem e, sem sua aprovação, os investidores temem que o rating do Brasil possa ser rebaixado novamente.
Na manhã desta quarta-feira, o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de novembro, com saldo negativo de 12.292 vagas de trabalho período. O mercado ficou bastante abaixo do esperado, uma vez que aposta era de saldo positivo de 22 mil postos.
No acumulado de janeiro a novembro deste ano, foram abertos 299.635 postos com carteira assinada, o que sugere uma lenta recuperação da atividade econômica após dois anos de recessão. Apesar disso, o nível de desemprego no país continua alto.
Para o Santander (SA:SANB11), a S&P deve anunciar mesmo nos próximos dias o rebaixamento do rating brasileiro. As dificuldades para a aprovação da reforma da Previdência e as metas fiscais consideradas altas devem ser, na visão do banco espanhol, as razões para o corte da nota soberana. Por 2018 ser ano eleitoral, a agência de classificação de risco não realiza alterações nas notas dos países e por isso a decisão é esperada para esta semana.
"Os investidores monitoram a possibilidade de um rebaixamento da nota de crédito brasileira antes do fim do ano", escreveu a corretora Guide em relatório.
Nesta tarde, o presidente Michel Temer discute a estratégia de articulação para aprovar a reforma da Previdência com o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.
A votação da reforma da Previdência está marcada para fevereiro de 2018 na Câmara dos Deputados, depois que o governo não conseguiu apoio político suficiente para que isso ocorresse em 2017.