O dólar opera em baixa frente ao real e alguns pares emergentes e ligados a commodities na manhã desta quinta-feira, após viés de alta pontual na abertura. Os ajustes no câmbio refletem uma realização após três altas seguidas frente o real em meio a um apetite leve por ativos de risco no exterior nesta manhã. O petróleo e minério de ferro em alta hoje favorecem a desvalorização do dólar também. O índice DXY do dólar ante seis moedas principais oscila perto da estabilidade e há pouco tinha viés de alta de 0,07%, a 106,64 pontos.
Os ajustes no mercado de câmbio são moderados em meio a expectativas por palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto em evento do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) (10h30), além de discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Esther George (14h20) e Minneapolis, Neel Kashkari (14h45).
Na quarta-feira, a ata do Fed sinalizou que o BC americano considera que em algum momento o ritmo das altas de juros será reduzido, para que se possa reavaliar o quadro na atividade e na inflação. Após a publicação do documento, a possibilidade de uma elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Fed aumentou ontem à tarde, segundo monitoramento do CME Group, para 59,5%, de 52,5% pouco antes da ata. Já a possibilidade de uma alta de 75 pontos-base em 21 de setembro está em 40,5%, de 47,5% anteriormente.
Na avaliação da Capital Economics, o Fed não se compromete com o nível da próxima alta, mas a ata trouxe algumas sinalizações que podem ser interpretadas como dovish. O Goldman Sachs (NYSE:GS) analisou que a ata indica que os dirigentes do Fed acreditam que "em algum momento" será apropriado diminuir o ritmo de aumento dos juros. "Isso é consistente com nossa previsão de que o Fed diminuirá o ritmo, subindo em 50 pontos-base em setembro e 25 pontos-base em novembro e dezembro para atingir um taxa terminal de 3,25-3,5%", diz o banco, em relatório enviado a clientes.
Em contrapartida, o Citi disse acreditar que, apesar de a ata do Federal Reserve (Fed) ter sido "bastante neutra", mais desenvolvimentos hawkish estão reservados. "Nosso cenário base permanece para um aumento de 75 pontos-base em setembro, com taxas de juros atingindo 4% no final de 2022 e permanecendo acima de 4% ao longo de 2023", prevê o banco, em relatório enviado a clientes.
O Banco Central inicia a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional programados para 3 de outubro. O montante total do vencimento soma US$ 15,6 bilhões (311.260 contratos). No leilão de hoje serão ofertados até 15.000 contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 750 milhões (11h30).
Às 9h37 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,63%, a R$ 5,1373. O dólar para setembro recuava 0,57%, a R$ 5,1570.