Por Peter Nurse
Investing.com - O dólar americano enfraqueceu na manhã desta quarta-feira (16), devolvendo os ganhos da noite de ontem, quando as autoridades ocidentais diminuíram o significado de um ataque fatal com mísseis a uma vila polonesa, procurando não aumentar as tensões com a Rússia.
Às 07h52, o índice dólar, que acompanha a moeda americana contra uma cesta de seis outras moedas, recuava 0,48% para 105,785, tendo subido até 106,76 na terça-feira à noite.
A demanda pelo dólar, visto como ativo porto-seguro, subiu após a notícia de que um míssil de fabricação russa havia matado duas pessoas em um vilarejo na Polônia, país-membro da OTAN, próximo à fronteira com a Ucrânia, levantando preocupações de uma escalada na guerra na Ucrânia.
Entretanto, Moscou negou a responsabilidade pelo ataque, e o presidente dos EUA Joe Biden disse que informações antecipadas sugeriam que a arma provavelmente não foi disparada pela Rússia, embora a investigação estivesse em andamento.
O dólar havia sido vendido na terça-feira, após o lançamento de um aumento mais fraco do que o esperado da inflação ao produtor dos EUA, o que acrescentou aos dados de desaceleração da inflação do consumidor divulgados na semana passada, que insinuaram que o aperto agressivo da taxa de juros pelo Federal Reserve pode estar perto de seu fim.
"Achamos que é muito cedo para esperar uma fraqueza sustentada do dólar americano, e mantemos nossa visão de um pico do dólar até o final do 1T23", disseram os analistas do UBS em uma nota.
"Acreditamos que o Fed vai querer ver vários meses consecutivos de inflação domadora antes de considerar uma mudança para uma postura mais flexível". Além disso, o Fed precisa ver sinais de um mercado de trabalho desacelerado. No entanto, dados recentes ainda apontam para um forte crescimento do emprego, baixo desemprego e salários em rápido crescimento".
Além disso, a libra se valorizava 0,56% a US$ 1,1924, logo abaixo de seu nível mais forte em três meses, depois que os dados mostraram que a inflação do Reino Unido subiu para um novo recorde de várias décadas em outubro, alimentada pelo aumento dos preços de alimentos e energia.
O índice de preços ao consumidor subiu por 2% somente a partir de setembro, e subiu 11,1% em relação ao ano anterior, acima das previsões de uma alta mensal de 1,7% e de uma taxa anual de 10,7%.
Estes números apontam para novas altas nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, e também decepcionará o governo do Reino Unido, que se prepara para anunciar novos planos de impostos e gastos para os próximos anos na quinta-feira.
O euro avançava 0,78% para US$ 1,0429, maior nível em três meses, enquanto o dólar australiano, sensível ao risco, subia 0,39% para US$ 0,6783, mantendo-se em alta apesar das tensões geopolíticas elevadas.
O iene operava estável a 139,32, enquanto o iuan recuava 0,47% para 7,0775, com a moeda chinesa atingida por dados mostrando preços das casas chinesas afundando para uma mínima de sete anos em outubro.
Isto se seguiu a leituras sombrias em produção industrial e vendas no varejo no início desta semana, sugerindo que a segunda maior economia do mundo está sob pressão.