Dólar recua por dados dos EUA, mas não rompe R$2,20 e segue de olho no BC

Publicado 01.07.2014, 17:10
Atualizado 01.07.2014, 17:20

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - Dados fracos sobre a economia dos Estados Unidos levaram o dólar a fechar em queda sobre o real nesta terça-feira, seguindo o movimento no exterior, mas não foram suficientes para fazer a moeda norte-americana romper de forma consistente o piso dos 2,20 reais.

A moeda norte-americana recuou 0,23 por cento, a 2,2050 reais na venda, após bater 2,1996 reais na mínima das sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,6 bilhões de dólares.

"Os números tendem a reduzir o otimismo em relação à recuperação econômica (dos EUA), principalmente com o mercado focado no relatório de emprego de quinta-feira", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

O ritmo de crescimento do setor industrial dos EUA desacelerou ligeiramente em junho, segundo relatório do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês). Segundo Tuesta, os dados alimentam expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa adiar o eventual aumento da taxa básica de juros, com medo de impactos sobre a atividade econômica.

Boa parte do mercado acredita que a autoridade monetária no Brasil não quer o dólar fora do intervalo de 2,20 a 2,25 reais, com medo de impactos sobre as exportações e a inflação. E, para isso, deverá, de modo geral, dosar as rolagens dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar.

"O que se discute agora é como o BC vai atuar daqui para frente", afirmou o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold, que acredita que o BC aguardará algumas sessões para avaliar o mercado e anunciar as condições da rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de agosto, equivalentes a 9,457 bilhões de dólares.

Quando o BC sinalizou, no início do mês passado, que poderia rolar uma fatia menor dos swaps que venceram em julho, a moeda norte-americana passou a subir e testou níveis próximos de 2,30 reais. Mas a autoridade monetária aumentou as ofertas e o dólar retomou a trajetória de queda, voltando a operar dentro da banda informal.

No total, foram rolados pouco mais de 85 por cento do lote total de julho, correspondente a 10,060 bilhões de dólares, acima das fatias nos meses anteriores, de 50 a 75 por cento. No semestre passado, a moeda norte-americana acumulou queda de 6,26 por cento sobre o real.

"Não vejo o dólar conseguindo se firmar abaixo de 2,20 reais. Sempre que a taxa chega perto desse nível, o mercado antecipa alguma ação do BC e compra dólar", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Além das rolagens, o BC vem atuando diariamente no mercado desde agosto do ano passado ofertando novos contratos de swaps e, nesta sessão, inicia uma nova fase do programa que vai durar até pelo menos o fim deste ano.

Neste pregão, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, todos com vencimento em 2 de fevereiro de 2015 e volume equivalente a 198,8 milhões de dólares. O BC também ofertou contratos para 1º de junho, mas não aceitou propostas.

Nos mercados internacionais, o euro recuou da máxima em seis semanas contra o dólar, diante de preocupações com possível intervenção verbal do Banco Central Europeu (BCE) após a força recente da moeda europeia.

JOGO E PTAX

O BC informou nesta tarde que o fechamento da Ptax será divulgado a partir das 12h10 na sexta-feira, dia do jogo do Brasil contra a Colômbia nas quartas de final da Copa do Mundo, e será calculada a partir de três consultas.

(Edição de Patrícia Duarte)

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