Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar rondava a estabilidade ante o real nesta sexta-feira influenciado pelo desempenho da moeda norte-americana ante emergentes no exterior, por operações intradia de Tesourarias e pelo otimismo gerado com a perspectiva de corte de juros na próxima semana pelo Banco Central.
Às 11:18, o dólar avançava 0,09 por cento, a 3,1846 reais na venda. Na mínima da sessão, a moeda marcou 3,1645 reais e, na máxima, 3,1850 reais. O dólar futuro ganhava cerca de 0,10 por cento.
"Algumas Tesourarias de bancos estão fazendo operações intradia, vendendo moeda e aproveitando para recomprar num preço mais baixo, e isso ajudou o dólar a ceder esta manhã", disse o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan.
Outro fator doméstico que influencia na fraqueza do dólar é o corte do preço dos combustíveis pela Petrobras (SA:PETR4), que fez com que aumentassem as apostas de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic no encontro do BC da próxima semana.
"Mesmo com um corte maior do juro, a taxa brasileira seguirá muito elevada. E a evolução na questão fiscal somada à leitura de que um corte de juros decorrerá de melhoras na economia brasileira proporciona maior confiança para o investidor trazer recursos para o Brasil, derrubando o preço a moeda", afirmou um operador sênior de uma corretora nacional.
No exterior, o dólar recuava ante divisas emergentes, depois que dados sobre a economia chinesa aliviaram um pouco as preocupações com o país. O índice de preços ao produtor na China registrou a primeira alta desde 2012, ajudando a trazer busca pelo risco nos ativos.
O mercado ainda terá pela frente nesta sessão declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, para digerir. Mais cedo, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, disse que os investidores provavelmente estão certos em precificar como "muito altas" as chances que de uma elevação dos juros nos EUA em dezembro.
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de dólares.
(Por Claudia Violante)