Dólar ronda estabilidade com políticas comercial e fiscal dos EUA em foco

Publicado 21.05.2025, 09:08
© Reuters. Notas de dólarn27/01/2025. REUTERS/Luisa Gonzalez

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nesta quarta-feira, à medida que os investidores continuam de olho nas negociações comerciais dos Estados Unidos com parceiros, enquanto acompanham o impasse sobre a legislação tributária do presidente Donald Trump no Congresso.

Às 9h43, o dólar à vista caía 0,06%, a R$5,6642 na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,14%, a R$5,668 na venda.

Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a fraqueza da divisa norte-americana frente a seus pares fortes e uma relativa estabilidade ante moedas emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno.

Os investidores pareciam evitar realizar grandes apostas em qualquer direção, conforme aguardam novos impulsionadores para os dois assuntos que têm influenciado as negociações nesta semana: a política comercial dos EUA e temores com o cenário fiscal da maior economia do mundo.

Sobre o comércio, os mercados esperam por mais anúncios de acordos tarifários pelos EUA, que tem negociado com parceiros a redução permanente das altas tarifas anunciadas em 2 de abril. O país já anunciou um acordo com o Reino Unido e uma trégua comercial com a China.

"O choque tarifário já meio que passou, as tensões comerciais foram reduzidas, embora de maneira temporária. A gente não sabe o que vai acontecer, mas se espera que o choque tenha prejuízos para a economia norte-americana, a gente só não sabe qual vai ser a magnitude desses impactos", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Já em relação ao fiscal, o foco está em torno das discussões no Congresso dos EUA sobre um projeto de lei de cortes de impostos que, se aprovado em seu atual formato, pode acrescentar até US$5 trilhões de dólares à divida do governo, segundo analistas independentes.

O acréscimo desse montante à dívida tem preocupado os investidores, principalmente depois que a agência Moody’s rebaixou na semana passada a nota de crédito dos EUA, de "Aaa" para "Aa1", citando os déficits fiscais crescentes do país como motivo de receio.

Na véspera, Trump foi ao Congresso para tentar persuadir parlamentos republicanos a deixarem suas diferenças de lado a fim de aprovarem a legislação, mas não obteve sucesso.

Com isso, o movimento dos mercados em geral ao longo da semana tem sido de venda de ativos dos EUA, com quedas do dólar e de ações de Wall Street, e alta nos rendimentos dos Treasuries, à medida que os investidores buscam diminuir sua exposição à economia norte-americana.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,27%, a 99,690.

Na cena doméstica, o destaque da semana tem sido os recordes históricos atingidos pelo Ibovespa, que fechou acima dos 140 mil pontos pela primeira vez na terça, o que auxilia na atração de recursos externos ao país e, consequentemente, na valorização da moeda brasileira.

(Edição de Isabel Versiani e Camila Moreira)

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