Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava nesta terça-feira, mantendo o movimento dos três pregões anteriores e se mantinha no maior patamar em quase um ano e meio ante o real, em meio aos temores de que o ritmo de aumento de juros nos Estados Unidos pode ser mais forte do que o inicialmente projetado, o que pode afetar o fluxo de capital global.
Às 10:47, o dólar avançava 0,11 por cento, a 3,4566 reais na venda, depois de bater a máxima de 3,4685 reais nesta sessão, maior nível intradia desde dezembro de 2016. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,60 por cento.
"Está tendo um desconforto geral", afirmou o diretor de Tesouraria de um banco estrangeiro.
O rendimento do Treasury de 10 anos dos Estados Unidos, títulos que serve de referência para os mercados, bateu nesta sessão o nível psicológico de 3 por cento, em meio a preocupações com a crescente oferta de títulos do governo e a aceleração da inflação conforme os preços do petróleo e das commodities subiam.
Com inflação mais alta, o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode ser mais firme na trajetória de aumento de juros no país. Taxas elevadas na maior economia do mundo têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como o Brasil.
A alta do dólar ante o real também vinha em meio ao cenário político doméstico incerto por conta das eleições de outubro.
"Estamos um pouco descolados do exterior... BC pode atuar se continuarmos assim", avaliou o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
Por ora, o Banco Central anunciou apenas vai realizar o leilão diário de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, com oferta de até 3,4 mil contratos para rolagem dos contratos que vencem em maio e somam 2,565 bilhões de dólares.
Se mantiver esse volume diário e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.