Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quinta-feira em alta ante o real, em movimento de correção e seguindo o mercado externo, com os investidores ainda cautelosos diante a cena política doméstica e deixando de lado algumas notícias positivas, como metas menores de inflação para 2019 e 2020.
O dólar avançou 0,70 por cento, a 3,3080 reais na venda, após recuar 1 por cento na véspera e ir abaixo de 3,30 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,75 por cento no final da tarde.
O dólar subia ante divisas de países emergentes no exterior, como o peso mexicano, com o mercado também realizando lucros após recentes dados de crescimento econômico dos Estados Unidos mais fortes do que o esperado.
Houve ainda maior aversão ao risco nos mercados externos, com os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos atingindo as máximas de semanas nesta sessão, à medida que os investidores avaliavam a probabilidade de que os bancos centrais na Europa se tornem menos expansionistas.
"Essa percepção trouxe aversão ao risco, içou os rendimentos das curvas de juros e também o dólar", resumiu o operador de uma corretora nacional.
Na mínima do dia, logo cedo, o dólar chegou a 3,2744 reais com maior otimismo após a aprovação da reforma trabalhista em uma comissão no Senado, o que acabou atraindo compradores e invertendo a trajetória de queda do início dos negócios.
Também agradou a fixação das metas de inflação de 2019 e 2020 menores pelo governo, num esforço para mostrar a continuidade de uma política econômica mais austera.
O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 7,6 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- e concluiu a rolagem dos 6,939 bilhões de dólares em contratos com vencimento em julho. Em agosto, segundo dados do BC, vencerão 6,181 bilhões de dólares em swap tradicional.