Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar trabalhava em alta ante o real nesta quinta-feira, com os investidores acompanhando de perto o terceiro dia de julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sem tirar o olho de eventos importantes no exterior.
Às 12:21, o dólar avançava 0,45 por cento, a 3,2867 reais na venda, já chegando a bater 3,2900 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
"Nesse momento, o mercado está acreditando que Temer fica no cargo. E, nesse caso, ele ganharia fôlego que pode resultar em apoio para aprovar as reformas", disse o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa, referindo-se às reformas trabalhistas e da Previdência.
Neste novo capítulo do TSE, manifestações feitas pelos ministros indicam que há maioria favorável a excluir o depoimento de executivos da Odebrecht do processo, a principal prova da ação que poderia cassar o mandato do presidente Temer e tornar inelegível a ex-presidente Dilma.
O mercado financeiro vinha apostando no cenário de queda de Temer, mas começaram a aparecer algumas avaliações de que o presidente pode concluir o seu mandato, até o fim de 2018. Entretanto, a cautela ainda prevalecia, sempre por conta de temores com o andamento da reforma da Previdência.
O cenário externo também mantinha o mercado doméstico em alerta nesta chamada "Quinta-feira da Tripla Ameaça", com as eleições gerais no Reino Unido, entre outros.
O dólar subia ante uma cesta de moedas nesta sessão, após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar que não planeja novos cortes nas taxas de juros.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 1,230 bilhão de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.