Dólar sobe e testa patamar de R$3,30, com risco político no horizonte

Publicado 20.06.2017, 12:10
© Reuters. Foto ilustrativa mostra notas de dólar dos Estados Unidos ao lado de notas de real

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia nesta terça-feira, novamente testando o nível de 3,30 reais, com os investidores atentos aos desdobramentos da crise política local e seus efeitos sobre a votação das reformas no Congresso Nacional.

Às 12:05, o dólar avançava 0,79 por cento, a 3,3110 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,3131 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,70 por cento.

"A crise política não dá trégua", afirmou o sócio da Onnix Corretora, Vanderlei Muniz, para quem o mercado vem respeitando o teto informal de 3,30 reais.

"Quando sobe além disso, as empresas vendem para aproveitar o preço mais alto e, quando cai, recompõem suas posições a um custo mais barato", acrescentou.

A crise política que acertou em cheio o governo do presidente Michel Temer soou o alarme entre os investidores sobre o rumo das reformas, em especial da Previdência, no Congresso Nacional. Por isso, a cautela tem sido a tônica dos mercados financeiros nas últimas semanas.

Nesta sessão, está marcada a votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, mais uma fase que tem de ser concluída antes de ir ao plenário da Casa.

Além disso, deixava os investidores atentos os rumos das investigações envolvendo Temer no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que há indícios de prática de corrupção passiva de Temer e de seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, segundo uma fonte.

Ainda na agenda política, há o julgamento do pedido de prisão contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), formulado pela Procuradoria-Geral da República, também no STF.

© Reuters. Foto ilustrativa mostra notas de dólar dos Estados Unidos ao lado de notas de real

"O apoio da bancada do PSDB é tido como frágil visto que o desembarque da sigla pode acontecer a qualquer momento", comentou a Correparti Corretora em relatório.

A alta do dólar também era influenciada pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, onde tinha elevação ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 4,100 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

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