Dólar sobe no exterior antes de dados do mercado de trabalho nos EUA

Publicado 06.02.2025, 07:56
© Reuters.

Investing.com -- O dólar se valorizava frente às principais moedas no início desta quinta-feira, recuperando-se das mínimas recentes, enquanto a libra esterlina recuava antes da próxima decisão de política monetária do Banco da Inglaterra.

O Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas, subia 0,4%, atingindo 107,840, às 7h45 de Brasília, ligeiramente acima do menor nível registrado desde o início da semana passada.

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A moeda norte-americana apresentou leve alta no início do pregão desta quinta-feira, embora o Índice Dólar ainda esteja bem abaixo da máxima de três semanas de 109,88, atingida no início da semana, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou a imposição de tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá.

No entanto, os dois países obtiveram um adiamento de última hora por um mês, o que reduziu o impulso da valorização do dólar.

“Vários fatores influenciaram essa correção, sendo o principal a decisão sobre tarifas desta semana, que sugere que o governo Trump tem utilizado essas medidas com objetivos transacionais, e não ideológicos”, apontaram analistas do ING em relatório.

O mercado ainda monitora novos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA, incluindo os pedidos iniciais de seguro-desemprego, que serão divulgados ainda hoje. Esses números seguem os dados de vagas de emprego e folhas de pagamento do setor privado , divulgados no início da semana.

Entretanto, o foco principal será o relatório de payroll de sexta-feira. A expectativa é que a economia dos EUA tenha criado 154 mil empregos em janeiro, abaixo dos 256 mil registrados no mês anterior, enquanto a taxa de desemprego deve permanecer em 4,1%, nível de dezembro.

“Se o Índice Dólar corrigirá mais 1% ou 2% dependerá dos dados de emprego de amanhã. Já observamos que números fracos podem pressionar a moeda, como aconteceu com os dados de vagas de emprego divulgados no início da semana”, afirmou o ING. “Ainda assim, duvidamos que essa correção se prolongue, pois esperamos que tarifas mais amplas e estruturais voltem ao radar no segundo trimestre.”

Libra recua antes da decisão do Banco da Inglaterra

Na Europa, a libra (GBP/USD) caía 0,5%, sendo negociado a 1,2447, após atingir US$ 1,2550 na sessão anterior, o maior nível desde 7 de janeiro.

O Banco da Inglaterra deve reduzir a taxa de juros na próxima semana para 4,5%, ante os atuais 4,75%. Caso se confirme, essa será apenas a terceira redução desde o início da pandemia de COVID-19, em 2020.

A economia do Reino Unido tem mostrado desempenho fraco desde meados de 2024, impactada por preocupações com os aumentos de impostos para empregadores, propostos pela ministra das Finanças Rachel Reeves, e pelo risco de uma nova guerra comercial global liderada pelos EUA.

Entretanto, a inflação segue como um fator crítico, o que pode limitar as sinalizações futuras do presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, para 2025.

"Esperamos um corte de juros aprovado por 8 votos a 1 e uma revisão para baixo das projeções de crescimento, o que poderia pesar levemente sobre a libra. Um impacto mais forte ocorreria caso a decisão fosse unânime, com Catherine Mann, conhecida por sua postura mais rígida, votando a favor do corte”, avaliou o ING.

O euro (EUR/USD) recuava 0,4%, negociado a 1,0365, antes da divulgação dos dados de vendas no varejo da zona do euro referentes a dezembro. A expectativa é de uma queda de 0,1% na comparação mensal, refletindo a pressão sobre o consumo na região.

“A dúvida é se os dados de emprego dos EUA podem levar o EUR/USD de volta temporariamente para a faixa entre 1,0530 e 1,0570”, destacou o ING. “Não descartamos essa possibilidade, mas acreditamos que qualquer valorização acima de 1,05 será passageira. Ainda projetamos uma queda para 1,02 neste trimestre, com trajetória rumo a 1,00 no segundo trimestre, quando tarifas mais amplas nos EUA entrarem em vigor.”

Expectativas de alta de juros sustentam o iene

Na Ásia, o dólar operava em leve baixa contra o iene (USD/JPY), cotado a 152,56, após atingir 151,81 ienes no início da sessão, o menor nível em quase dois meses.

O iene ganhou força após declarações de Naoki Tamura, membro do conselho do Banco do Japão, que indicou que um crescimento consistente nos salários e na inflação pode levar a autoridade monetária a elevar a taxa básica para 1% na segunda metade de 2025.

As declarações impulsionaram o iene, que já havia mostrado recuperação após dados salariais acima das expectativas em dezembro.

Já contra o iuane (USD/CNY), a moeda americana avançava 0,2%, para 7,2886, com o iuane onshore sob pressão, apesar da forte valorização registrada na quarta-feira, quando os mercados locais reabriram após o feriado do Ano-Novo Lunar.

O sentimento em relação à China foi afetado pela decisão do presidente Trump de impor tarifas comerciais de 10% ao país. Pequim respondeu com tarifas próprias e restrições às exportações, o que pode marcar o início de uma nova escalada nas tensões entre as duas maiores economias do mundo.

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