SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve alta frente ao real nesta segunda-feira, reagindo a expectativas de que a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalize na sexta-feira que banco central dos Estados Unidos pode elevar os juros neste ano e com investidores aguardando o início do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Às 11:25, o dólar avançava 0,21 por cento, a 3,2138 reais na venda, após cair 0,81 por cento na sessão anterior.
O dólar futuro tinha leve alta de 0,14 por cento nesta manhã.
"Se Yellen se ativer ao tom dos últimos discursos (de autoridades do Fed), a tendência é que o dólar se fortaleça. Há uma suspeita de que o mercado exagerou quando comprou a ideia de que os juros não subiriam neste ano", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.
Yellen fará discurso em conferência de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA, na sexta-feira. Investidores buscarão em suas palavras pistas sobre quando os juros norte-americanos voltarão a subir, possivelmente atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados em mercados emergentes.
Nesta sessão, o dólar subia em relação às principais moedas emergentes após o vice-chair do Fed, Stanley Fischer, afirmar no domingo que o Fed está próximo de atingir suas metas de pleno emprego e 2 por cento de inflação.
As declarações ecoaram afirmações semelhantes do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, que já haviam levado investidores a elevar as apostas em um aumento de juros neste ano.
No cenário local, as últimas etapas do processo de impeachment de Dilma monopolizavam as atenções, com o início do julgamento da presidente afastada marcado para quinta-feira. Espera-se amplamente que o impeachment seja confirmado, mas operadores acreditam que o fato deve servir de gatilho para a volta de muitos investidores estrangeiros ao país.
"A proximidade do impeachment vai deixar nosso Real mais atrativo no curto prazo", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)