Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou esta segunda-feira em leve queda ante o real, com fluxo vendedor atraído pelas altas cotações em meio a temores com a agenda econômica do governo.
A cautela predominou também com os investidores à espera da escolha do novo chair do Federal Reserve, banco central norte-americano, e o futuro da política monetária nos Estados Unidos.
O dólar recuou 0,27 por cento, a 3,2640 reais na venda, depois de atingir 3,2933 reais na máxima da sessão e 3,2571 reais na mínima. O dólar futuro cedia cerca de 0,20 por cento no final da tarde.
Em outubro, a moeda norte-americana saltou 3,32 por cento e se aproximou de 3,30 reais, maior avanço mensal desde novembro de 2016 (+6,18 por cento), quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos.
"A moeda a 3,30 reais está um pouco esticada, então muitos acabam aproveitando para realizar um pouco dos lucros", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
O foco dos investidores nesta sessão esteve no Fed, que manteve os juros na faixa de 1 a 1,25 por cento nesta tarde, dentro do esperado, e ressaltou o sólido crescimento econômico do país e o fortalecimento no mercado de trabalho, enquanto minimizou o impacto dos recentes furacões, sinal de que está no caminho para aumentar a taxa em dezembro.
O Fed elevou os juros duas vezes desde janeiro e prevê atualmente mais um aumento até o fim do ano como parte do ciclo de aperto monetário que começou no final de 2015.
"Agora, mercado está de olho no substituto de Yellen", afirmou o gerente de Tesouraria do banco Confidence, Felipe Pellegrini.
Trump deve anunciar no dia seguinte o novo chair do Fed, que substituirá Janet Yellen, cujo mandato termina em fevereiro. Neste dia, os mercados brasileiros não funcionarão em razão do feriado de Finados. O favorito é o atual diretor do Fed, Jerome Powell, centrista que defendeu a postura de gradualismo de Yellen em relação à alta dos juros.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e operava misto ante divisas de países emergentes.
A cena interna também continuou no radar dos mercados, com ceticismo sobre a capacidade política do presidente Michel Temer de emplacar sua agenda política no Congresso Nacional, em especial a reforma da Previdência. Esses temores levaram o dólar a saltar no mês passado.