Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar exibia leves oscilações ante o real nesta quinta-feira, de olho na cena externa e cautela com a possibilidade de guerra comercial com os planos do governo dos Estados Unidos de taxar importações de aço e alumínio.
Às 10:10, o dólar recuava 0,04 por cento, a 3,2429 reais na venda, depois de subir 1,05 por cento na véspera. O dólar futuro tinha leve perda de cerca de 0,05 por cento.
"Houve sinalização de que poderia haver isenções (de impostos), mas ainda não tem nada certo", afirmou o operador do Grupo Ourominas Ademar Vitor Pereira.
Na véspera, a Casa Branca anunciou que importantes parceiros comerciais, como México e Canadá, devem ficar de fora da regra de taxação sobre o aço e alumínio.
Nesta manhã, no microblog Twitter, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que terá reunião nesta tarde para discutir a taxação e que os Estados Unidos querem mostrar "flexibilidade e cooperação com aqueles que são amigos verdadeiros".
No exterior, o dólar exibia leves oscilações ante uma cesta de moedas, perdendo força após a divulgação da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
A autoridade do bloco europeu reafirmou a sua política monetária ultrafrouxa, mas retirou a promessa de aumentar as compras de títulos se necessário, dando outro pequeno passo em direção a reduzir suas extraordinárias medidas de estímulo.
O euro, que recuava antes da decisão, passou a exibir leve alta ante o dólar.
Os investidores também estavam à espera do relatório do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira depois de forte criação de vaga no setor privado divulgada na véspera.
Dados mais robustos podem reforçar as apostas de aperto mais intenso dos juros neste ano. Por enquanto, o Federal Reserve, banco central do país, prevê três altas neste ano, com amplas apostas dos agentes econômicos de que a primeira será feita neste mês.
O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção para o mercado cambial nesta quinta-feira, por enquanto. Em abril, vencem 9,029 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.