Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar firmou trajetória de alta ante o real nesta terça-feira em sintonia com o movimento de maior aversão ao risco no exterior, com preocupações com China, Itália e Brexit, embora o pano de fundo doméstico continue sendo de otimismo com o desfecho eleitoral.
Às 12:13, o dólar avançava 0,65 por cento, a 3,7113 reais na venda, depois de terminar a véspera em queda de 0,74 por cento, a 3,6872 reais.
Na máxima, a moeda foi a 3,7239 reais e, na mínima, 3,6862 reais. O dólar futuro subia cerca de 0,55 por cento.
"Os investidores seguem na 'lua-de-mel' com Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial, mas muito dificilmente irão ignorar o cenário internacional", destacou a H.Commcor Corretora em relatório.
No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante ante a cesta de moedas, mas subia ante as divisas emergentes, com destaque para a lira turca, em meio à expectativa de que um discurso do presidente turco, Tayyip Erdogan, no final do dia forneça mais detalhes sobre a investigação do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
Também estavam preocupando os agentes no exterior com o desempenho da economia chinesa e o impasse para a saída do Reino Unido da União Europeia, além da situação italiana.
A Comissão Europeia rejeitou nesta terça-feira o esboço do orçamento de 2019 da Itália porque o plano quebrou as regras da União Europeia, e pediu para que Roma envie um novo documento dentro de três semanas, exercendo pela primeira vez um poder obtido durante a crise de dívida soberana.
A Itália, por sua vez, disse que responderá a rejeição da UE dentro de três semanas e argumentou que impulsionar o crescimento é o único modo de cortar a dívida.
Internamente, os investidores já colocaram no preço a maior parte da expectativa de vitória de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial, no próximo domingo, embora a confirmação do fato abra espaço para alguma queda adicional do dólar ante o real.
Desta forma, as últimas pesquisas eleitorais têm sido acompanhadas para captar algum efeito-surpresa, visto que a ampla vantagem do capitão da reserva já não é mais novidade. Nesta noite, sai novo levantamento Ibope/Estadão/TV Globo.
O novo, assim, fica com o noticiário político, com a formação da equipe do novo governo e medidas que serão implementadas, com o mercado interessado principalmente no ajuste fiscal.
O Banco Central vendeu nesta sessão 7,7 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 6,16 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.