Dólar tem pequenas oscilações sobre o real de olho no exterior

Publicado 14.03.2018, 13:01
© Reuters. Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro
USD/BRL
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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reduziu a queda e passava a operar com leves variações sobre o real nesta quarta-feira, com a cautela com eventual guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dividindo as atenções com os dados robustos da China, que içaram os preços das commodities mais cedo.

Às 12:17, o dólar avançava 0,05 por cento, a 3,2636 reais na venda, depois de subir 0,33 por cento nos dois pregões anteriores. Na mínima deste pregão, a moeda norte-americana foi a 3,2470 reais.

O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,05 por cento.

"Há risco de guerra comercial... tivemos duas baixas importantes nos Estados Unidos", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Depois de anunciar taxas de importação para aço e alumínio, Trump ameaça agora impor tarifas sobre 60 bilhões de dólares de importações chinesas pelos Estados Unidos, elevando os temores de uma guerra comercial.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas, mas recuava sobre divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.

Até então, o dólar vinha caindo sobre o real sustentado pelos dados robustos da China, que impulsionaram os preços das commodities. O petróleo, no entanto, devolveu a alta e passou a cair, também pressionando a trajetória no mercado de câmbio.

Pequim anunciou mais cedo que sua produção industrial cresceu 7,2 por cento entre janeiro e fevereiro, muito mais rápido do que o esperado no início do ano, sugerindo que a economia pode estar ganhando força.

Ainda na cena externa, foi divulgado que as vendas no varejo dos Estados Unidos caíram pelo terceiro mês consecutivo em fevereiro, em meio à percepção dos mercados financeiros de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não vai elevar os juros mais do que o esperado.

O Fed vem indicando que elevará os juros três vezes neste ano de forma gradual e, um movimento mais forte do que o esperado, aumentaria o potencial de atrair para os Estados Unidos recursos aplicados hoje em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

Apesar disso, pesquisa Reuters com diversos economistas mostrou que as projeções passaram a incluir alta adicional nos juros, totalizando quatro em 2018. O levantamento também apurou que as tarifas de importação do presidente Donald Trump farão mais mal do que bem para a economia dos EUA.

© Reuters. Notas de reais e dólares em uma casa de câmbio no Rio de Janeiro

O Fed elevará os juros na próxima semana, disseram todos os 104 economistas entrevistados pela Reuters entre 5 e 13 de março, com mais três altas esperadas para este ano, impulsionadas pelo sólido mercado de trabalho. No levantamento feito há algumas semanas, as projeções eram de três altas neste ano.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril. Dessa forma, já rolou 2,1 bilhão de dólares do total de 9,029 bilhões de dólares.

Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.

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