Economia americana cria 117 mil empregos em julho

Publicado 05.08.2011, 14:29
Atualizado 05.08.2011, 14:43

Jorge A. Bañales.

Washington, 5 ago (EFE).- A economia dos Estados Unidos criou em julho 117 mil postos de trabalho, o que motivou que o índice de desemprego caísse um décimo e ficasse em 9,1%, um dado melhor do que o esperado e que animou os investidores.

Segundo os dados divulgados pelo Departamento de Trabalho, somente o setor privado registrou um aumento de 154 mil empregos. Estes dados se somam aos aumentos de 80 mil empregos em junho e 99 mil em maio.

"O setor privado teve crescimento do emprego durante 17 meses consecutivos", declarou o presidente americano, Barack Obama, no lançamento de um programa de empregos para ex-combatentes.

"De todo modo precisamos criar um crescimento econômico que se sustente por si mesmo e que dê às empresas a segurança sobre o futuro para que contratem mais trabalhadores", acrescentou.

Segundo o presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Presidência, Austan Goolsbee, "a economia somou 2,4 milhões de empregos no setor privado nos últimos 17 meses".

Mas no mesmo período, o emprego no setor público, de municípios a condados, estados e Governo federal, sofreu uma perda líquida de quase um milhão de postos de trabalho como resultado dos cortes de despesas e ajustes fiscais.

Em julho, segundo os dados do Departamento de Trabalho, a força de trabalho se contraiu em 193 mil pessoas, em um indício que mais trabalhadores, desalentados, deixaram de procurar emprego e, por isso, desaparecem do cálculo estatístico.

"Apesar do relatório divulgado pelo Departamento de Trabalho representa uma boa notícia, a taxa de desemprego continua sendo inaceitavelmente elevada e se necessita um crescimento econômico mais rápido que substitua os empregos perdidos na recessão", assinalou Goolsbee.

Por sua vez, o presidente da central sindical AFL-CIO, Richard Trumka, afirmou em entrevista por telefone que "durante semanas o Congresso e o Governo estiveram enredados em uma crise sobre a dívida, politicamente manufaturada, em lugar de ocupar-se da crise real: a falta de empregos".

Trumka sustentou que os republicanos do Tea Party, com uma ideologia politicamente extrema, tentam fazer com que o Governo não funcione para, assim, derrubá-lo.

O ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que lidera nas pesquisas a meia dúzia de pré-candidatos à Presidência republicana em 2012, declarou que "quando alguém vê o que este presidente (Obama) fez à economia em apenas três anos, já sabe que não quer ver o que pode fazer em oito".

O relatório do Governo mostra que o setor de serviços teve um aumento líquido de 34 mil empregos, o de cuidado da saúde 31 mil, o comércio no varejo 25.900, de manufatura 24 mil e da construção 8.000.

O setor governamental continuou perdendo empregados com queda líquida de 37 mil postos de trabalho em julho.

Apesar do fato de que a baixa no índice de desemprego se deva quase totalmente a que mais trabalhadores tenham deixado de procurar emprego, os mercados financeiros reagiram com otimismo e nas transações da manhã as cotações das ações subiram e as do ouro e dos bônus do Tesouro caíram.

Durante a recessão que começou em dezembro de 2007 e terminou em junho de 2009, a maior economia do mundo perdeu quase 8,5 milhões de postos de trabalho.

Segundo o Departamento de Trabalho, o número de pessoas que recebiam seguro-desemprego dos Governos dos estados subiu em 10.000 e ficou em 3,73 milhões na semana que terminou em 23 de julho.

Habitualmente o seguro-desemprego dura 26 semanas, mas desde 2008, para enfrentar a recessão econômica mais profunda e prolongada em quase oito décadas, o Governo federal aprovou prorrogações para 90 semanas.

Na semana que terminou em 16 de julho o número de pessoas que recebiam algum tipo de seguro-desemprego caiu para 75.192 e ficou em 7,57 milhões, segundo o relatório do Departamento de Trabalho. EFE

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