Santiago do Chile, 13 dez (EFE).- A economia da América Latina e do Caribe ganhou fôlego este ano com um crescimento de 6%, após cair 1,9% em 2009, mas sua expansão deve ser mais moderada (4,2%) em 2011, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira no Chile pela Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal).
As medidas aplicadas pelos Governos da região e a rápida recuperação da economia internacional permitiram à América Latina sair do buraco em que caiu em 2009, destacou a Cepal.
De acordo com o balanço preliminar das economias da região em 2010, a América do Sul foi a área que mais cresceu, com uma expansão de 6,6%, enquanto México e América Central fecharão o ano com um crescimento de 4,9% e o Caribe de apenas 0,5%.
O crescimento de 6% para a América do Sul está acima das previsões da Cepal, que em junho estimou que seria de 4,5%, e permite deixar para trás a contração de 2009 para retomar a dinâmica expansiva que a região viveu entre 2002 e 2008.
Por países, o Paraguai lidera o crescimento na região, com 9,7%, seguido por Uruguai, com 9%, e Peru, com 8,6%.
Em seguida, os maiores crescimentos foram em Argentina (8,4%), Brasil (7,7%), República Dominicana (7%), Panamá (6,3%) e Chile e México, ambos com 5,3%.
No terreno positivo também se encontram Costa Rica e Colômbia (ambos com 4%), Bolívia (3,8%), Equador (3,5%), Nicarágua (3%), Honduras e Guatemala (ambos com 2,5%), Cuba (1,9%) e El Salvador (1,5%).
As duas únicas economias que fecharão 2010 em queda serão as da Venezuela, que cairá 1,6%, e a do Haiti, 7%.
O crescimento econômico regional se traduzirá este ano em um aumento de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que em 2009 caiu 2,9%, assim como em uma queda da taxa de desemprego, que passará de 8,2% em 2009 para 7,6% em 2010.
A reativação da economia esteve acompanhada por um aumento da taxa de inflação, que passou de 4,7% em 2009 para 6,2% em 2010, devido ao encarecimento dos preços de alguns produtos básicos, como alimentos e combustíveis, revelou a Cepal.
No entanto, no segundo semestre de 2010, o organismo regional das Nações Unidas observou diferentes fatores que revelam um cenário menos otimista em 2011, quando o crescimento deverá ser moderado e se situar em torno de 4,2%.
Isto representará uma alta de 3% do PIB per capita e uma nova queda da taxa de desemprego, que se situará em 7,3%.
Todos os países registrarão taxas positivas de crescimento, e a América do Sul novamente deverá ser a região de destaque, com 4,5%, seguida por América Central (3,6%) e Caribe (2,2%).
O Haiti deve liderar o crescimento na região em 2011 com uma expansão de 9% devido à reconstrução do país após o terremoto de janeiro e a ajuda externa, explicou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
Atrás se situarão Panamá (7,5%), Peru e Chile (ambos com 6%), Uruguai e República Dominicana (ambos com 5%), Argentina (4,8%), Brasil (4,6%), Bolívia (4,5%), Paraguai e Colômbia (ambos com 4%).
Entre os países com taxas de crescimento mais moderadas ficarão México e Equador (ambos com 3,5%), Cuba, Guatemala, Costa Rica e Nicarágua (todas com 3%), e Venezuela, Honduras e El Salvador, com 2%.
Entre os indicadores que revelam uma moderação do crescimento em 2011 destaca-se um menor impulso sobre a demanda proveniente das políticas públicas e um esgotamento da capacidade de produção excedente, assim como a incerteza sobre a recuperação das economias desenvolvidas.
A isto se soma o aumento da força relativa dos países emergentes, o que gerou um maior fluxo de capitais para a região e uma valorização de suas moedas.
A Cepal adverte que esta entrada de capitais, apesar de não representar um perigo a curto prazo, pode ter efeitos negativos no futuro, já que a elevada liquidez mundial pressionaria para baixo as taxas de câmbio e elevaria os preços dos produtos básicos. EFE