LONDRES (Reuters) - O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill, disse que o banco central precisará aumentar ainda mais as taxas de juros se a inflação persistir, um dia após o BoE ter elevado os custos dos empréstimos pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19.
Questionado na rede de TV CNBC se haveria "muito mais aumentos de taxas por virem" se a inflação permanecesse no nível atual, Pill respondeu: "Bem, acho que isso é verdade".
"Ontem foi a resposta do Banco à visão de que... a inflação subjacente, gerada mais internamente aqui no Reino Unido, provavelmente centrada em custos e pressões salariais em um mercado de trabalho apertado e apertado, vai se provar mais persistente com o tempo", acrescentou.
O BoE votou com placar de oito a um na quinta-feira para aumentar sua principal taxa de juros de 0,1% para 0,25%, e os mercados financeiros esperam novo acréscimo para 0,5% em março.
"Precisamos avançar agora com cautela, no sentido de que precisamos avaliar se a Ômicron vai levar a alguma reversão da força da dinâmica da economia --e particularmente do mercado de trabalho-- que vimos no último seis meses ou mais."
"Mas acho que também é importante ter em mente que a incerteza relacionada à Ômicron tem dois lados, pelo menos na medida em que se reflete em nosso objetivo central, nossa ambição em termos de perspectivas de inflação no médio prazo", acrescentou.
(Por William Schomberg)