(Reuters) - A Indonésia deve executar por fuzilamento em breve um grupo de nove condenados à morte, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, por crimes relacionados a drogas na ilha prisão de Nusakambangan, em Java Central.
As execuções, que serão a segunda leva sob comando do presidente Joko Widodo, provocaram críticas internacionais e tensões diplomáticas com Brasil, Austrália, Filipinas e Nigéria, que possuem cidadãos no corredor da morte.
O grupo também inclui um cidadão da Indonésia.
Widodo não concedeu clemência aos condenados, citando uma "emergência de drogas" no quarto maior país do mundo, mas disse que estava aberto à possibilidade de abolir a pena de morte no futuro.
COMO AS EXECUÇÕES ACONTECEM
Os prisioneiros são executados por um pelotão de fuzilamento, recrutado de uma unidade especial da polícia nacional.
Os atiradores são escolhidos com base em suas habilidades de tiro e "saúde física e espiritual". Há aconselhamento antes e após as execuções.
Os condenados são levados para celas isoladas 72 horas antes da execução. Famílias e conselheiros religiosos são autorizados a visitá-los algumas horas antes da execução.
Os prisioneiros, que são vendados, têm a escolha de ficar em pé, ajoelhados ou sentados perante o pelotão de fuzilamento. Suas mãos e pés são amarrados.
Cada prisioneiro possui 12 atiradores mirando fuzis em seu coração. Somente três dos 12 possuem munição em suas armas. As autoridades afirmam que desta maneira quem executa não é identificado.
Uma equipe médica fica no local para confirmar a morte dos prisioneiros após as execuções.
Depois da confirmação, os corpos são limpos e entregues às famílias, que esperam do lado de fora do presídio durante a execução.
ILHA NUSAKAMBANGAN
O complexo carcerário possui atualmente 1.666 prisioneiros, incluindo 54 no corredor da morte, mais 200 em prisão perpétua e 82 com acusações de terrorismo. O presídio possui capacidade para até 2.625 prisioneiros. Cerca de 500 guardas estão em serviço em todos os momentos.
Fontes: Funcionários da prisão de Nusakambangan, Polícia Nacional e Procuradoria-Geral.
(Reportagem de Kanupriya Kapoor)